Press ESC to close

13 de maio: As vozes negras da comunidade Boa Esperança

Treze de Maio é um dia para relembrar a luta dos nossos ancestrais! A abolição de fato nunca veio, pelas mãos da branquitude, se apresentou apenas enquanto farsa, uma mera conveniência para a queda de braço capitalista. É inadmissível que ainda hoje deem glórias à princesa.


A nossa luta data desde o primeiro momento da diáspora africana, quando nosso povo foi desterritorializado e espalhado pelo mundo como mercadoria. Chega ao território brasileiro apenas com o seu corpo; um corpo que foi usado como força de trabalho escrava, um corpo que com muita luta conseguiu uma pseudolibertação, mas que nos deixou jogados e jogadas nas ruas sem nenhum direito.


Isso não foi à toa, o corpo que não podia mais ser escravizado precisava ser eliminado. É um projeto que se perpetua até hoje, o projeto de extermínio do povo negro. Estamos de pé sobre o sangue dos nossos que ousaram lembrar de suas raízes, que com sua inteligência, união e força construíram tecnologias de sobrevivência dentro de uma sociedade enfurecida pela sua teimosia. Sejamos como Dandara, Zumbi, José do Patrocínio, Professor Júlio Romão, Esperança Garcia. Sejamos como Maria Sueli, Katiuscia Ribeiro, Nego Bispo!


Não podemos conceber que os nossos e as nossas sejam mortos cotidianamente pela força do Estado, pela fome, pela falta de educação, pelo desprezo. É necessário uma educação problematizadora que vá na raiz do problema para que possamos apoderar-nos de quem somos, conhecer a nossa história para libertamos nossa consciência. Somente a partir da nossa auto-organização alcançaremos a real liberdade.


Abolição para nós nunca existiu, é um processo contínuo de luta e de resistência pelas nossas vidas. A pandemia escancarou novamente as vísceras do racismo. Os nossos territórios têm sido atacados 24h por todas as forças do Estado. Sendo a juventude negra a mais penalizada, mulheres e homens negros estão sendo dizimados dentro das comunidades. É necessária uma política que comece pela raiz. O povo negro é cultura, o povo negro é alegria, precisamos viver! E viveremos pela força da nossa ancestralidade!

Produção: Eloá Norberto e Maria Lúcia
Edição de vídeo: Sabrina Cirqueira
Texto: Maria Lúcia e Sabrina Rayara

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo