Texto: Joceilson Costa
Segregação social refere-se à marginalização, ou seja, deixar à margem da “sociedade” determinadas pessoas ou grupos sociais por fatores econômicos, culturais, históricos e raciais nos espaços das cidades.
Em Teresina, fomos “surpreendidos” por uma ação de segregação de uma empresa privada que promove eventos na cidade em parceria com a prefeitura. Tal grupo realizará nos próximos dias uma famosa micareta, bastante popular nos anos 90 e que agora retorna, com um caráter bem mais elitizado.
Além dos preços exorbitantes dos abadás, que variam entre R$ 150 e R$ 300, o que já separa os pobres dos ricos, e da extinção dos tradicionais blocos de “pipocas” existentes nas micaretas, a prefeitura permitiu que a empresa montasse em torno da Avenida Raul Lopes e da margem do Rio Poty uma megaestrutura. Ao todo, cerca de 300 camarotes irão percorrer a extensão da avenida e da margem do rio, e o grande absurdo foi o fato de que o único acesso para pessoas que não podem pagar os preços altos foi totalmente isolado.
A faixa de pedestres da ponte Isidoro França (Ponte estaiada) foi totalmente isolada, sendo assim privatizado um espaço público, o que além de excluir um grupo social (pobres), dificulta a vida de quem por ali passa todos os dias e por ali habita.
A prefeitura, além de não garantir efetivamente assistência, saúde, educação, mobilidade urbana e moradia, também nos nega mais dois dos direitos garantidos na constituição: direito ao lazer e o direito de ir i vir.
A prefeitura de Teresina mais uma vez cumprindo o seu papel e dando o direito a cidade aos ricos.
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