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3º Festival Internacional de Grafiti: Representatividade da quebrada e denúncia social na Santa Maria da Codipi

Texto: Fleibert Rodrigues, Cacau

Fotos: Fleibert Rodrigues, Cacau

“Teresina em cores”, foi o tema do 3º Festival Internacional de Grafiti que aconteceu no bairro Parque Wal Ferraz- Santa Maria da Codipi, no último final de semana (17,18 e 19 de agosto). O evento que mobilizou os grafiteiros da cidade de Teresina foi organizado pelo coletivo Ruaz Crew e pela Associação Positividade que tem como representante, o grafiteiro e produtor, Laércio, de codinome Sinza.


O festival contou com a participação de vários grafiteir@s piauienses, bem como de outros Estados (mais 14 estados!!!) brasileiros, além de uma participante gringa, a norte americana, Sarah Lorenk. Com uma programação bastante diversificada, o formato do festival, propôs: oficinas, workshop, batalhas de MC e, pela primeira vez no Nordeste, aconteceu a batalha de TAG que teve como vencedor o amazonense, de codinome Soni. Outra novidade que o enconto apresentou nesta edição do festival foi marcada pelo lançamento da primeira revista de grafiti do Norte/Nordeste, intitulada “Ruaz”.
Como forma de marcar a “pele” do bairro, a arte do grafiti ocupou quase três mil metros de muita arte gritando nos muros da quebrada. Muito mais que arte, o grafiti trouxe muita informação e denúncia à comunidade participante e, àquelas pessoas que moram e transitam pelo bairro. Foi o que Eduardo, de codinome Alemão, fez em sua tela, um macaquinho encapuzado e fardado, apontando o dedo.

Dentre tantas (re)leituras possíveis da arte de Eduardo-Alemão, uma pode ser revelada, envolvendo as várias cenas de violências com segmentos sociais, juventudes negras, empobrecidas, moradoras de regiões periféricas geográficas da cidade. Assim, o artista toma a lata de tinta em suas mãos para referenciar (narrar) uma ação autoritária e truculenta da Polícia Militar (PM), na Casa do Hip Hop durante o evento SESC “Amazonas de Artes” ocorrido no último dia 8 de agosto, do ano de 2018.

O grafite-denúncia aborda a ação truculenta da PM na casa do Hip Hop em agosto de 2018

Outra tela que se destaca é uma em que um garoto negro carrega uma carrocinha de reciclagem cheia de livros com a frase “Seja pobre de dinheiro, jamais de atitudes” do grafiteiro Ted, rapper da cidade de Picos (esta localizada ao norte do Piauí). Ted ainda traz a representatividade negra feminina em outra de suas telas.
A representatividade, que marca o território no evento foi a atuação das mulheres. Estas, se fizeram atuantes na produção de diversas telas: individuais e coletivas das crews. A saber, a grafiteira, de nomes Alana Lanak e Luna, deixaram suas marcas, entre cores, nos muros da quebrada.

Primeiro Festival de TAG do Nordeste

O evento foi finalizando com uma cultural, onde rolou um sarau, mediado pelo rapper e escritor Leandrão, que aproveitou o espaço para divulgar seu livro, intitulado “Ser mente poética: traficando poesia”. A noite ainda contou, com o show de rap, com os seguintes grupos: “Reação do Gueto e “Rastros Químicos”, os caras são cria da casa (do bairro/quebrada que sediou o festival) e, representaram bem o setor com letras conscientes e com muita críticas sociais. Os manos levantaram o público fechando com muito brilho o 3º Festival Internacional de Grafiti.

 

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