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8 de março, um dia de Esperança com o abraço de Maria

Neste 8 de março em Teresina, mulheres trabalhadoras estiveram reunidas no quintal da casa de dona Maria, que vive no bairro Parque Esplanada, periferia da zona sul. Lá ela trabalha como catadora no aterro sanitário da capital e luta diariamente como uma mulher negra que tem em seu peito muita força e também solidariedade. Na manhã do Dia Internacional das Mulheres, fez a gentileza de abrir a casa e ceder o quintal para que as mulheres pudessem falar das tantas faces da luta pela vida.

Uma roda de conversa foi sensibilizada com a apresentação e diálogo das mulheres sobre suas lutas individuais e coletivas. O objetivo foi fortalecer e encorajar todas as lutadoras e lutadores presentes. Mais que festa ou celebração, foi uma grande roda de afeto, fartura e luta.


Na casa de Dona Maria, as mulheres conversaram sobre o combate ao machismo, sexismo, misoginia, racismo, patriarcado e as opressões que sustentam o sistema capitalista e contribuem nos índices de morte de mulheres e feminicídios.

O período deixa mais intenso o sentir das lutas que são de todos os dias. No dia anterior, o Centro de Defesa Ferreira de Sousa, durante cerimônia com a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, fez uma intervenção para lembrar que Esperança Garcia vive. Muitas vezes invisibilizadas e esquecidas pelo estado, milhares das Esperanças dos dias de hoje, no Piauí, passam fome.

Elas são Marias de tantos nomes. Com Esperanças, assim com inicial maiúscula para marcar a linhagem, a herança e dizer das Esperanças dos dias de hoje, herdeiras de uma ancestral que tem agora seu nome repetido, contado, reconhecido e celebrado. De sobrenome Garcia. Em tradução livre, Esperança Nós.

São também as Esperanças que brilham no olhar das crianças das mães negras, que ecoam nas vozes das mais velhas, que fazem a ciranda que não deixa Esperança ser esquecida. As mulheres escutaram a leitura da Carta de Esperança Garcia e conversaram sobre em que pontos as suas trajetórias se encontram. Nas vivências de mulheres jovens, mães, negras, trabalhadoras, mulheres trans, mulheres LGTBQIA+, mulheres do povo.

Dona Maria deixou seu afeto em palavras e gestos, como o almoço que compartilhou e temperou o dia, assim como seus ensinamentos. Colaboraram e estiveram presentes: Centro de Defesa Ferreira de Sousa, OPA Organização Popular, SINDSERM Teresina, CORAJE Uespi, Museu da Boa Esperança, Caranguejo Tabaiares, ANDES e Ocorre Diário.

Texto: Ohana Luize

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