Por Mallu Mendes, Wilton Lopes, Isabel Jardim e Vicente de Paula
A técnica é só uma parte de um ato comunicativo, mas será a sensibilidade sobre ela que falará o quanto a nossa comunicação é eficiente e humanizadora. A partir dessa provocação foi possível pensar qual a eficiência e para quem é produzida a comunicação em rede. Aconteceu na última quarta-feira (22) o quarto módulo do curso “Seja a mídia: Comunicação popular e empoderamento digital”. Ao fim do módulo, saímos todes com certeza da nossa capacidade em produzir comunicação e que devemos ocupar todos os espaços.
A nossa rede foi ocupada em dose dupla por nossos colaboradores do Ocorre Diário, Luan Matheus e Maria Luisa, a Mallu. Neste módulo o debate buscou engajar nossos participantes sobre o poder da imagem e sua diferentes interpretações dentro de diferentes contexto e como isso é provocativo quando pensamos nas manipulação na produção de fakenews.
Luan mostrou a importância da imagem e seus complementos para que ela seja o mais comunicativa possível e que não tenha ruídos. Para isso, nossos participantes foram encorajados a colocar a mão na massa, compreendendo as ferramentas digitais, os dispositivos móveis e conteúdos digitais, seus usos, potencialidades e importância na sociedade e na comunicação popular.
produção de cartazes, edição de imagens e vídeos de boa qualidade por um bom tempo ficaram restritos a plataformas pagas, que a grande maioria da população não tinha e ainda não tem acesso pelo alto custo de aquisição. Hoje, como apresentou nosso facilitador, existem diferentes plataformas e recursos gratuítos que em nada fica a desejar dos aplicativos e programas pagos. Para o módulo, Matheus trouxe o programa Canva, plataforma para produção de cartazes para redes sociais, que pode ser acessado online ou pode ser baixado.
O assunto ganhou repercussão entre nossos participantes quando a nossa companheira Ana Karolina falou um pouco dos seus estudos sobre o meme e porque as faculdade de comunicação têm mostrado interesse neste tipo de comunicação. O interesse de Ana pelo estudos do meme iniciou porque as pessoas que não tinha muito acesso às mídias não compreendiam alguns memes compartilhados, o que levantou a curiosidade para compreender o que estava sendo debatido em forma de humor.
Os estudos de Ana Karolina começaram com os memes da cantora Gretchen e como eles foram sendo usados para assuntos diversos, como no perfil do instagram “Memes Educativos”. “Os memes contribuem na nossa comunicação, informação e tem grande capacidade de se espalhar e com humor contribuem para levantar debates e trazer informações”, explica. No seu projeto Ana busca compreender sobre os memes do Coronavírus e qual a capacidade de informar ou não sobre a pandemia através das redes.
Maria Luisa Mendes, iniciou a sua fala trazendo três perguntas: “Quem sou eu?”, “Quem sou eu Comunicando?” “E o que os outros comunicam pra mim?” e partir disso começou a refletir a importância do corpo ser sensibilizado através da experiência no cotidiano para criar a informação e a notícia respeitando a singularidade cultural dos sujeitos que vivem no mesmo território ou não antes de produzir uma informação para plataformas de comunicação popular colocando em prática a relação de técnica e teoria.
Além disso, trouxe o pensamento de Jorge Larrosa Bondía das questões do que seria experiência e como o excesso de informação não significa experiência e nem aprendizado e principalmente que a informação deve ser a partir da experiência do sujeito. Para Larissa ”Pensar é dar sentido ao que somos e ao que nos acontece” e por isso busca a etimologia da palavra experiência em várias línguas “o que nos passa” e o que nos passa requer percepção, requer silêncio e não opinião.
Pensar a informação como uma construção de narrativa de sujeitos ativos e implicados na realidade e ver que o excesso de informação não quer dizer que se adquire experiência. Portanto, a informação não deve ser vista como mera palavras , mas como uma possibilidade de ver o mundo através desse olhar ao mesmo tempo que respeita as outras possibilidades de narrativa.
Essa relação da experiência está diretamente ligado com a linguagem comunicacional pois a é preciso que existe um emissor ,receptor, canal, mensagem e meio para que não exista ruído e as pessoas possam estabelecer uma conexão de informação. A conexão deve comunicar a possibilidade de ver o mundo, mais necessário ainda quando falamos de uma comunicação popular, feita pelo povo e para o povo.
No final, Vicente de Paula colkocou em questão a importância de refletir sobre a comunicação que fazemos e o respeito ao outro. “Acho que é um pressuposto básico para uma comunicação humanizada. Fico pensando o contexto político atual: na estratégia ambígua da esquerda esquerda que ora diz que temos que ser empáticos e não devemos expor os fascistas, ridicularizando-os, ora dizem que devemos ser mais incisivos e não tolerar o intolerável”, afirma Vicente, ressaltando que as formas de reagir e comunicar-se são complexas.
Ele instigou os demais participante a pensar sobre nossas atuações e posicionamentos em tempos que estamos a flor da pele. “Concordo que a sensibilidade é a base: mas a sensibilidade às vezes é reativa/raivosa, às vezes é delicada e suave. Enfim o campo sensível move-se por emoções muito fortes, é preciso estarmos atentas às relações éticas e estéticas para encontrar um equilíbrio”, finaliza Vicente.
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