Afoxá denuncia racismo e difamação contra professor em escola de Teresina

O Grupo de Cultura Afro Afoxá, vem por meio desta carta aberta, denunciar o caso que vem ocorrendo desde outubro do ano de 2021, com o Erivan Ferreira, professor temporário da rede municipal de Teresina.

Na data de 28/10/2021, o profissional foi convocado na diretoria da escola para ser chamado atenção sobre o seu “comportamento”. A então diretora adjunta, reclamou sobre as vestimentas de Erivan dos Santos Ferreira, alegando que o mesmo, vestindo uma calça jeans rasgada e uma camisa de meia branca, estaria dando “mau exemplo” para os alunos, com a justificativa que “ele, por ser um homem negro”, deveria ter um comportamento diferente, já que daquela forma, os pais dos alunos poderiam reclamar dos modos do professor, e com razão”.

Diante disso, “tomei coragem de comunicar a secretaria executiva de ensino da SEMEC, e logo após, a Delegacia de Direitos Humanos, o processo foi caracterizado como injúria racial e segue em segredo de justiça.” Afirma o professor.

Após essa situação, foi aberta na Secretária Municipal de Educação (SEMEC), uma sindicância contra o professor, com a justificativa de que o mesmo não estaria cumprindo com os deveres da função. Nessa audiência, houve uma espécie de julgamento, tendo como objetivos fazerem perguntas que acabaram ofendendo a sua dignidade.

Dessa maneira, o Grupo Afoxá evidência o ato de injúria racial (RACISMO) cometido pela Escola Municipal Areias ao professor Erivan dos Santos Ferreira.

Repudiamos todo e qualquer ato de violência psicológica, tentativa de silenciamentos, de constrangimento e difamação aos professores, profissionais importantíssimos e tão pouco valorizados no cenário no qual chamamos de Brasil. Pedimos também, apoio das demais organizações sociais, para evidenciarmos esse caso em apoio ao docente. Que o ocorrido com o Professor Erivan Ferreira, vire motivação para não aceitarmos a repetição de situações como essas nas escolas municipais de Teresina-PI, assim como nas demais escolas brasileiras.

Que não sejamos mais um mero tema de pesquisa, ou mais um dado de índice de racismo nesta sociedade, tanto para brancos, quanto para negros. BASTA!