“Tô muito feliz que essas decisões estão sendo sendo tomadas, que bom que está tudo esclarecido e aprovado, pra gente poder doar sangue. Ainda mais num momento desse, que o bancos de sangue estão com reservas baixas, temos que pedir ajuda a todos, todos os movimentos e pessoas que podem doar”, diz Jonathan Dourado, fotógrafo piauiense proibido de doar sangue por não estar em abstinência sexual nos últimos 12 meses, como contamos aqui no mês passado.
A decisão a que Jonathan se refere foi encerrada ontem (08/05), no Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos 11 ministros do Supremo votou contra as restrições à doação de sangue por homens gays no país. Oito deles votaram para a derrubada das restrições.
Com essa decisão, o STF muda a regulamentação feita pelo artigo 64 da Portaria 158/2016 do Ministério da Saúde, que considera inapto temporário por 12 (doze) meses homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes. A mesma regulamentação está prevista na resolução 153/2004 da Anvisa, no item que fala sobre Situações de Risco Acrescido.
Jonathan não esconde a alegria de poder quebrar mais preconceito institucional, dos tantos que as pessoas LGBTQI+ são obrigadas a enfrentar em suas vidas.
“Eu to cheio de sangue de pra doar pra quem precisa. Espero que o mais rápido possível esteja liberado lá no hemopi, pra ir doa. Quero chegar lá sorrindo, muito muito afeminado, muito gay doando sangue. Quero ver muito LGBT na porta do hemopi”, desabafa.
O julgamento está nas gavetas do STF desde 2017, quando o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo. Ontem, as 23h59, esse passo importante por respeito e dignidades ás LGBTQI+ foi dado.
No dia 02 de abril, em meio a uma pandemia gravíssima, Jonathan tentou doar sangue no Hemopi, mas foi impedido. O fotógrafo de 25 anos ia doar sangue pela terceira vez. Acordou cedo e foi de bike até o hemocentro, onde já havia agendado a doação. Antes de chegar à sala de coleta, Jonathan foi barrado na triagem, a qualidade do seu sangue foi questionada por uma portaria que exigia que ele, enquanto homossexual, tivesse há pelo menos 12 meses sem ter praticado sexo.
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