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Após rompimento de barreiras contenção, moradores de São Gonçalo (PI) protestam contra Enel e Semar

Inconformados com a demora em reparar os estragos causados com o rompimento de três barreiras de contenção de água do Parque multinacional italiana Enel Green Power, no último sábado, em São Gonçalo do Piauí, a 800 km de Teresina, os moradores da cidade realizaram uma manifestação no canteiro de obra da empresa exigindo uma resposta imediata da empresa que ainda não tomou nenhuma providência.

“Se ouve falar que contrataram uma empresa para iniciar a recuperação dos estragos mais até agora nada aconteceu”, informa a Bióloga Leilda Gonçaves.

Segundo ela, a população está apreensiva com a demora de uma resposta não somente da empresa como também das autoridades competentes como Secretaria de Meio Ambiente do Estado – SEMAR e Ministério Público que foram alertados desde 2019, quando aconteceu o primeiro rompimento, perfazendo agora o terceiro.


Os moradores das comunidades Macacos, Buriti do Meio, Riacho do Meio e agricultores das áreas atingidas não aceitam as desculpas da empresa que atribui o grande volume de chuvas na região. De acordo com eles, a Enel tinha a obrigação de saber que ali chove muito nesse período e construído bacias resistentes.

Já o presidente da Fundação Rio Parnaíba-FURPA, Vitor Aguiar, critica a SEMAR por não ter agido a tempo já que foi alertada em setembro passado para o problema. De acordo com ele, a Furpa solicitou cópias das licenças ambientais concedida a Enel e até o presente momento não obteve respostas. “Apelamos ao Ministério Público, usando a lei da informação, para ver se vamos conseguir uma cópia dessas licenças”, ele considera que foi estranho o município não ter sido consultado sobre a implantação do parque em São Gonçalo.

Por meio de nota, a Enel Green Power informou que representantes da empresa estiveram no local nesta manhã para ouvir as reivindicações dos moradores e prestar todos os esclarecimentos necessários. Ainda segundo a nota, a companhia contratou uma empresa de consultoria especializada, que já está realizando um estudo voltado a mapear as áreas atingidas pelas frequentes chuvas na região e afirmou que todas as famílias afetadas estão recebendo assistência emergencial, incluindo o fornecendo de água potável para garantir o bem-estar das pessoas.

O rompimento das bacias soterrou algumas nascentes, riachos, derrubou pontes, destruíram estradas, plantações, buritizais e carreou muitos sedimentos que vão parar no Rio Gurguéia.

Munidos de faixas e cartazes os manifestantes conseguiram parar o canteiro de obras da empresa e ameaçam ocupar o parque em breve caso autoridades e empresas não agirem o mais rápido possível.

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Por Tânia Martins

Jornalista e ambientalista, uma das fundadores da REAPI – Rede de Ambientalistas do Piauí, que tem como missão criar mecanismos de denúncias aos grandes crimes ambientais no Piauí, bem como fortalecer e disseminar a agroecologia.

Comments (1)

  • Avelar Damasceno Amorimsays:

    6 de março de 2020 at 7:19 PM

    Esse rompimento da barraagem de contenção do ANNEL mostra para a sociedade piauiense a falta de fiscalização e monitoramento dessas barragens mal construidas. A SEMAR deve imediatamente implementar o Programa de Segurança de Barragens e com coordenação e equipe técnica qualificada.

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