Articulação conta com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Moradores do São Joaquim, Boa Esperança, Mafrense e ruas adjacentes se reuniram na noite desta quinta (20) na zona Norte de Teresina para traçar estratégias de resistência contra mais um passo arbitrário dado pela prefeitura nesta semana. Uma minuta foi enviada pelo governo municipal a um grupo de moradores atingidos pelo Projeto Lagoas do Norte informando sobre uma futura visita de medição de terreno.
Moradora da região, Luzia Lago compõe a resistência popular para fortalecimento da população que quer resistir às imposições do projeto. “A prefeitura pretende fazer visita às casas para tentar fazer perfurações. A comunidade entende que é necessário voltar a reagir, fazer manifestações, dizer que nós não aceitamos as imposições desse projeto que não atende as necessidades reais da comunidade”, denuncia.
A articulação de moradores atingidos pelos Lagoas do Norte tem se somado a outras lutas contra os projetos desenvolvimentistas do Estado. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) é um deles. Presente na reunião no São Joaquim, Maria, membro do MAB, explicou que a pauta das comunidades atingidas pelo Lagoas tem muito em comum com as que são atingidas por barragens:
“É um projeto que viola o direito das famílias, o direito à moradia, o direito à manutenção dos laços familiares. E o MAP, como um movimento histórico que luta contra a violação dos direitos, das famílias que são ameaçadas e atingidas por processos de construção de barragens se soma a essa luta, mais um ator nessa luta contra esse projeto que não considera os modos de vida das famílias e as querem colocar em lugares longínquos e que não atende às suas reivindicações”, afirma Maria.
Os moradores da Boa Esperança e localidades atingidas também criticam criminalização do movimento por parte da prefeitura e da grande mídia. “As famílias não são contra o projeto, como a prefeitura tem colocado, pelo contrário, tem que ser um progresso que atenda as necessidades das famílias, que deixe as famílias no território, que escute a contraproposta para melhorar as condições dos bairros. Não só construir estradas, parques e lagoas sem famílias”, reforçou Maria do MAB em sua fala.
Conceição, moradora Boa Esperança, reafirmou seu desejo de permanecer na sua comunidade e sua disposição para a luta. “Já moramos aqui há muitos anos e nossa permanência, junto com a comunidade inteira, é ficar. A reunião foi muito boa, ficamos mais animados ainda. Queremos cada vez mais reunir o povo, nos unir, para nós lutarmos e vencer essa batalha contra a prefeitura”, afirmou.
Próximos passos
- Buscar uma maior união dos bairros e a construção de um ato no dia 8 de março, o local ainda será definido.
- Nesta quinta-feira 21/02 reunião no Mafrense, na Rua Manuel Aguiar Filho, no Bar da Dilma buscando união e estratégias de ampliar a luta.
- Próxima reunião na Boa Esperança, dia 21/03.
Redação OCorre Diário
Fotos: Luzia Lago
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