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Campanha busca arrecadar cestas básicas para o Quilombo São João do Jatobazinho; saiba como ajudar

O Quilombo São João do Jatobazinho, localizado na Zona Rural de Dom Inocêncio – Pi, isolado dentro da Caatinga, possui 27 famílias e mais de 80 pessoas, que tem como principal fonte de renda a confecção de redes de caroá, que são vendidas nas feiras das Cidades próximas. A comunidade não tem acesso a rede telefônica e poucos são os que tem celular. A internet também é precária e isso impossibilitou o acesso ao Auxílio Emergencial.

Por conta da pandemia do Novo Coronavírus, a comunidade ficou totalmente isolada e vem enfrentando muitas dificuldades, principalmente para aquisição alimentação. Essa é a principal necessidade hoje do quilombo, como nos contou Genivaldo, líder quilombola e presidente da associação do Jatobazinho.

“A principal necessidade é ter um fonte de renda, alimento suficiente para manter a família da gente, da comunidade, por que a gente não pode sair pra comprar da cidade grande de jeito nenhum. Aqui a gente trabalha com artesanato, com o Caroá. A primeira fonte de renda da comunidade é essa, tirando isso é o auxílio do governo. Por mode da epidemia, tá todo mundo aqui isolado, não podemos sair pra vender, pra comprar alimentos, nem nada”, relata Genivaldo.

Foto: Joana Darc Côrrea

Saiba como você pode ajudar!

A campanha está sendo organizada por um grupo de mulheres que desenvolve trabalhos científicos e audiovisuais em comunidades quilombolas no estado. Foi realizando uma consulta com os comércios mais próximos, que terão que fazer a entrega por conta do Quilombo ser isolado, chegando ao valor total de R$3.000,00 (Três mil eeais) . Saiba como ajuda:

Arte: Joana Darc Côrrea

📲 Site da vaquinha: https://abacashi.com/p/quilombo-jatobazinho

🤝🏽 Doação via Conta do Banco do Brasil
Ag: 2844-4
Conta: 23624-1
CPF: 039875123-42
Maria C T Lima

🤝🏽 Doação via Caixa Econômica
Raimunda N S Cavalcante
Ag: 0728
Op: 013
Conta: 110615-5
CPF: 007.877.313-07

🤝🏽 Doação via Picpay:
@raimunda.nonata.sousa3

De onde nasce a solidariedade

Em março desde ano, Mona Muio e Joana Darc Corrêa foram até comunidade fazer um trabalho de campo e gravações para um filme com xs mais velhxs do Quilombo São João do Jatobazinho. Joana é comunicadora e compartilhou com a gente parte do trabalho fotográfico que fez no quilombo. Mona é pesquisadora Afropindorâmica e mandou um relato pra gente sobre esse processo de ida ao quilombo e da construção da campanha de solidariedade. Abaixo, segue o relato:

Joana Darc – Comunicadora | Mona Muio – Pesquisadora

“A comunidade é meu campo de pesquisa no Mestrado e a ideia do filme surgiu como um retorno pra guardar essa memória histórica oral dx mais velhxs. Ficamos lá mais de 15 dias, participando e vivenciando o cotidiano daquele lugar. O Quilombo é um dos mais isolados ali no Sul do Piauí, fica cercado de lajeiros e dois riachos, o que faz dele mais isolado ainda nessa época do ano, devido as fortes chuvas, já que para acessar precisa atravessar os dois riachos, só quando estão com pouco volume de água. Fica super dentro da caatinga, tanto é que pra ir pra lá precisa saber bem o caminho, correndo risco de se perder em meio a extensa vegetação do Semiárido.

Por ser longe do município de Dom Inocêncio, não pega nenhuma rede telefônica. Tem um ponto de wi fi na casa de um morador, porém o sinal é extremamente baixo, tendo dificuldade de chegar mensagens de Whatsapp, mais sendo única forma de contato. Poucxs são os moradores que tem celular, não totalizando nem dez. A maior parte dos moradores são mulheres e crianças.

A principal renda da comunidade vem da confecção das redes de caróa, que só nasce na caatinga e que só podem ser colhida em época da seca. As mesmas tem um árduo processo de confecção, entre colher de madrugada até lavar, bater, secar e fazê-las, um processo que dura uns 9 dias e envolve toda a família. As mesmas são vendidas de 15 em 15 dias em feiras tanto de Dom Inocêncio como São Raimundo Nonato, cidades próximas.
Nem todos tem acesso ao Bolsa Família, alguns são aposentados por ter alguns deficientes visual.

Essa época do ano eles plantaram melancia, feijão e milho, sendo que nem todos tem roça e algumas famílias sobrevivem apenas da venda de rede.Na comunidade não tem casos do Covid-19, porém nas cidades próximas tem alguns casos. Como são isolados conseguem fazer o controle de entradas no Quilombo. O mais abalado nesse momento é a renda.


A solidariedade se faz presente. Já receberam cestas de alguma entidade religiosa bem no início da.quarentena.A ideia da campanha veio inicialmente de mim, propus pra Joana e uma professora que dá aula pras crianças e jovens da comunidade. Entramos em contato com o líder quilombola Genival que nos orientou em relação a quantidade e orçamento dos comércios próximos, notamos inclusive um aumento excessivo dos valores dos mantimentos.

Como pesquisadora e militante sigo o que Bispo nós Oríenta, que é necessário sim estarmos sempre dispostos a dar retorno à comunidade e estar no front e não só usa-los pra nossas pesquisas. E a minha pesquisa não e minha é nossa é coletiva, se fazendo com muitas mãos. Como minha amiga Iliriana que compartilhou a campanha disse”, relata Mona.

“A manutenção e o cuidado das nossas comunidades quilombolas frente a pandemia e o extermínio do Estado depende de nós mesmos.”

Sempre foi e sempre será Nós por Nós!
Devemos muito a nossa solidariedade a todas as comunidades Quilombolas e Aldeias!

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