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Construindo Círculos: Ver, ouvir e tecer.

Por uma cidade coletiva “Construindo Círculos: Ver, ouvir e tecer” foi a primeira atividade do Projeto Mulheres nos Terreiros da Esperança, no último sábado (08.07.17). Poesia, medicina natural, a força do sagrado feminino, da história feita pelas próprias mãos, tijolo por tijolo… Foram tantas as impressões, sensações e produções deste encontro que fica difícil saber por onde começar.

Ver: A voz das avós no fluir das águas, este foi o filme que problematizou e estimulou o empoderamento das memórias nessa tarde de sábado, com as mulheres da Av. Boa Esperança. 13 avós de todos os cantos do planeta se encontram para proteger o planeta e suas ancestralidades.

Alguma semelhança?

Ouvir: A partir da película, as senhoras que protegem suas casas contra desapropriação frente ao Programa Lagoas do Norte, se identificaram, e afirmam que as águas, as plantas de seus quintais, a escola, a creche, a igreja e tudo mais que elas construíram, muitas das quais sob a sombra das frondosas árvores na beira do rio, merecem igualmente proteção, em nome de uma cidade onde caibam todas, seus sonhos e suas memórias.

Tecer: Como toda boa história ela precisa ser contada (tecida) e registrada. A história passa então a ter vida, não apenas por ter sido vivida, mas por ter sido narrada. Eu narro a minha história, assim existo, me empodero. Senhoras, jovens e adolescentes, então, tecem com a ponta no lápis, o boi, o caju, cacimba (de onde se bebia água ao chegar ali), a árvore, as águas.

Circular é necessário, parte importante da cultura ancestral, indígena e africana, pois o círculo flui continuamente.

“Mulheres nos terreiros da Esperança” é um projeto de Comunicação Popular, possibilitado pela CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços) e SOS Corpo – Instituto Feminista para Democracia, por meio do edital “Mulheres Negras e Populares: Traçando caminhos, construindo direitos”. O objetivo é levantar discussões e ações no que se refere aos direitos das mulheres, no campo dos direitos humanos, memória, patrimônio e ancestralidade.

É válido lembra que frente ao processo de desapropriação essas mulheres perguntam “Lagoas do Norte Pra quem?”. Elas contam suas histórias e questionam que programa de urbanização tem como plano desterritorializar as pessoas. Moradores e Moradores da Av. Boa Esperança, assim como pessoas de outros 13 bairros afetados pelo Programa Lagoas Norte lutam em defesa de seu modo de vida.

[Texto: Sarah Fontenelle]

[Imagens e edição: Ronald Moura]

 

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