O Coletivo 086 realiza 1°Congresso Online de Corpes e Subjetividades TRANS 2020 a partir do dia 15/06 (segunda-feira) até 18/06 (quinta-feira). A proposta que reúne participantes do Brasil e da America Latina amplia discussões relevantes para um grande número de pessoas debaterem em total segurança.
Para realizar este feito, os participantes vão usar a plataforma Zoom, disponível como aplicativo em IOS e Android. Haverá certificação com aval da Fundação Cultural Monsenhor Chaves. Além disso, o evento conta com nomes internacionais do México (Ciro Montenegro), Equador (Emilio Villafuerte), Peru (Santiago Balvín), Uruguai (Patrícia Gambetta) e nacionais como Yuna Santana e Theo Brandon (BA); Carolina Iara e Daniel Mori (SP); Leonardo Luis Lima e Lua Stabile (DF). O Piauí tem espaço garantido com a presença de TRIX P. Gomes, Renata Bandeira Jardim, Letícia Carolina Nascimento e Ayra Dias.
Como organizador, o produtor audiovisual mexicano Grax Medina, traça um panorama da situação das pessoas trans na América Latina e nos conta que: “O país menos seguro para pessoas trans além do Brasil é a Nicarágua, onde as pessoas trans não tem atendimento médico, direitos ou alguma lei que resguarde a população LGBTQIA+. Em geral, um país exemplo na realidade não existe, pois todos eles tem alguma coisa transfóbica, mas digo: o que tem um melhor trato para as pessoas trans, até agora, é a Colômbia, no qual as pessoas trans não precisam de laudo psicológico que comprove a identidade de gênero”, explica Medina.
Ele também explica que uma das maiores conquistas pra pessoas trans foi a saída do CID de doenças mentais. “Não se trata mais a identidade de gênero como um transtorno de personalidade.” Medina alerta que a sociedade precisa avançar muito na relação com pessoas trans. “Falta muita empatia, respeito e, sobretudo, fazer valer os direitos das pessoas trans, porém isso não se consegue sem acabar antes com a transfobia” ressaltou Grax Medina.
Promover ações de visibilidade trans é dar vazão ao direito de comunicar-se, rompendo com o silenciamento doloroso, secular e excludente. Nesta perspectiva a comunicadora Ayra Dias que participará do evento nos diz que: “As nossas vidas são marcadas por lutas diárias a fim de garantir nossas existências, mesmo quando estamos caladas nossas corpas falam por nós. É necessário fazermos com que nossas vozes sejam ouvidas, pois como sempre pontua a professora Leticia Caroliana: nós temos voz, elas apenas não são escutadas”, declarou Ayra.
Ela complementa reafirmando a luta histórica que reascende a chama ancestral que insiste em brilhar: “Dado o cenário retrógrado que estamos vivendo, eu estou cada vez mais disposta a lutar pelas minhas, assim como fizeram aquelas que vieram antes de mim e me possibilitaram chegar onde cheguei. Eles não vão vencer, pois nós, pessoas trans, nunca desistiremos de lutar.”
Para organização do evento, o bem-estar das pessoas trans é de extrema relevância. “A importância é organizar um evento onde as pessoas trans se sintam bem, e onde sejam passadas informações concretas e corretas ao publico que acompanha o coletivo. As palestras serão feitas por pessoas trans e pessoas cis que lutam pela causa. O momento pede criar outras formas de se comunicar, e o congresso vem a acrescentar nisso em não deixar de se comunicar e acrescentar conteúdo sempre”, afirma Rafael Santana, Jornalista e organizador do evento.
Grax Medina alerta que salas virtuais serão abertas 10 minutos antes de cada palestra com tolerância de cinco minutos após o início. Essa tolerância está sujeita à lotação das salas, ou seja, se a sala atingir sua capacidade antes será fechada. O organizador destaca que o evento também será transmitido a ao vivo no canal do YouTube (link). Sobre os certificados destaca que: “Lembrando que só tem direito ao certificado quem for inscrito e assistir pelo menos 8 das 13 palestras nas salas virtuais. Qualquer dúvida entre em contato pelo Whatsapp do coletivo +55 86 98175-5621 ou por direct.” Acompanhe a programação e elucide suas dúvidas sobre o tema.
Matéria: Vicente de Paula
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