Uma semana difícil. Hospitais lotados, profissionais da saúde exaustos e pela primeira vez desde o julho do ano passado, o Piauí volta a registar mais de 30 mortes em um único dia. Na última sexta-feira, 12, o sistema de regulação de leitos de Teresina registrou 99 pessoas na fila de espera por um leito, 56 para UTI. Foram 164 vidas perdidas na última semana, uma morte a cada hora.
Diante de uma cenário crítico, com baixa cobertura vacinal e sem uma alternativa eficaz para conter o avanço da doença, diversas entidades de classe se posicionaram em defesa do Lockdown no Piauí. A Associação dos Docentes da UESPI, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Fisioterapia, Conselho Regional de Enfermagem e Ordem dos Advogados do Brasil – Piauí foram algumas das entidades que já se posicionaram publicamente.
Neste sábado, o Governo do Estado decretou uma ampliação das medidas restritivas, que a partir dessa semana passam a valer na quinta, sexta, sábado e domingo. Nesses dias, apenas serviços essenciais podem funcionar. A prefeitura de Teresina, anunciou que deve seguir o decreto, mesmo não concordando com a medida.
Contrários às medidas mais restritivas às atividades econômicas, apoiadores do Governo Bolsonaro foram as ruas hoje, em seus carros, protestar contra o bloqueio parcial das atividades. Justo na semana onde um piauiense morreu por hora, os carros nas ruas são sintomas de uma sociedade adoecida pelo dinheiro e pelo lucro, onde a vida é colocada em segundo plano.
Para o matemático e pesquisador da Universidade Federal do Piauí, Jefferson Leite, mesmo essas decisões mais rígidas não são suficientes. Ele projeta uma média diária de mortes de 40 pessoas, muito além do registrado no primeiro pico da Pandemia. “O sistema de saúde do Piauí é completamente dependente de Teresina. Se Teresina colapsar, vai colapsar o estado todo. Porém, desde que mudou o ano, mudou também o gestor e a atenção dispensada pra COVID já não é a mesma”, afirma.
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