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Curta-metragem “É Só Contar”: Um Retrato Sensível da Juventude e Identidade

A liberdade, muitas vezes, começa com um sim. É com essa simplicidade que o curta-metragem “É Só Contar” convida todos a entender as expectativas de César em relação à sua própria vida e a tudo que o circunda. A juventude e os desafios dessa realidade são o palco escolhido por Werbeth Pereira, Co-Diretor e Roteirista, que utilizou esse cenário para imaginar um romance possível e, dentro de suas previsões, transformar a busca pela própria identidade no eixo central que molda a personalidade do protagonista.

A proposta do roteiro surgiu da necessidade, dentro do contexto acadêmico, de criar um produto curto que demonstrasse todo o aprendizado da disciplina Direção em Audiovisual, ministrada pela professora Polyana Amorim, no departamento de Comunicação Social da UFMA. Inicialmente, o roteiro de “É Só Contar” não foi a escolha da equipe que conduziu o projeto, mas eles acabaram se identificando com essa realidade tão próxima de muitas pessoas.

“É Só Contar” narra a história de César, um jovem que enfrenta os desafios típicos de sua idade enquanto busca compreender e afirmar sua própria identidade. A obra mergulha nas expectativas e pressões que a juventude impõe, explorando a complexidade de encontrar a si mesmo em meio às influências externas e internas.

Werbeth Pereira captura a essência das emoções juvenis e as incertezas que acompanham a transição para a vida adulta: “Quando escrevi o roteiro pela primeira vez, minha principal preocupação era transmitir os sentimentos de insegurança e medo que todo jovem LGBTQ+ enfrenta, esteja ou não em um relacionamento. Isso é passado através do namoro de César e Alberto. César está no início do seu autoconhecimento, ainda tem muito a aprender, enquanto Alberto já é seguro de si”, conta. 

Buscando um mergulho em um misto de sentimentos, o diretor, Weberth, acrescenta que “Os sentimentos dos dois entram em conflito porque, enquanto um tem medo de se assumir, o outro tem medo de voltar para o casulo. E, mesmo assim, eles se amam e tentam superar isso. Acredito fortemente em ‘É Só Contar’ porque é um filme delicado, que conversa com todos os públicos. Você consegue entender aqueles personagens e se solidarizar com o que cada um sente, independentemente da sua orientação sexual”, destaca.

Trailler do curta

A narrativa do curta oferece uma visão íntima e empática sobre a luta por autocompreensão e aceitação, destacando a importância do apoio e da compreensão mútua nesse processo. Renato Ribeiro, em seu primeiro papel como protagonista em um projeto audiovisual, interpreta César. Graduando em Teatro – Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Renato é membro fundador da Cia Baixada e ex-residente no programa Residência Pedagógica em Teatro pela CAPES. 

O curta traz estreias nas telas e explora conexão com o público 

O ator, protagonista, reflete a complexidade e a autenticidade das experiências juvenis que o curta-metragem busca retratar, proporcionando uma conexão genuína com o público. “Receber o convite para participar do filme foi emocionante, e ao ler o roteiro, minha vontade de fazer parte do projeto só cresceu. ‘É Só Contar’ retrata experiências cotidianas, destacando o amor jovem e suas descobertas. Este é meu segundo curta-metragem e o primeiro em que sou o protagonista. A preparação para interpretar César foi crucial. Meu objetivo era tornar o personagem o mais real possível, especialmente nas relações familiares e amorosas. César é um papel marcante em minha carreira, pela sua complexidade e por ser meu primeiro grande papel”, destaca Renato.

Rafael Lobato, que interpreta o personagem Alberto no curta-metragem “É Só Contar”, é um talentoso acadêmico de Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Além de seu trabalho como ator, ele também se destaca como animador. Rafael coordena as ações estudantis de produção cultural da Coletiva Teatrar, um grupo dedicado à prática teatral com foco na pesquisa interdisciplinar nas áreas da cultura, comunicação e tecnologias. “Ao receber o convite, uma onda de felicidade tomou conta de mim, pois este é o meu primeiro trabalho no audiovisual e representa a minha primeira oportunidade no mundo do cinema”, declara Rafael.

Daiane Alves, a atriz que interpreta Marta, relata como foi o processo de caracterização para seu personagem: “A Marta, para mim, foi um presente, porque, através desta personagem, pude conhecer pessoas maravilhosas e uma equipe brilhante com um futuro promissor. A Marta é uma mulher que faz parte dos lares de muitas famílias brasileiras: uma mãe solo, superprotetora, que sempre tem uma amiga confidente e enxerga o que acontece à distância, menos o que está acontecendo dentro do seu próprio lar”. 

Para interpretar esta mãe, Daiane conta que também buscou leveza. “Na composição da personagem, tentei uma pitada de leveza, seriedade e um pouco de comicidade, pois precisava abordar uma temática atual que misturava sexualidade e religião de maneira clara, receptiva para o público, e que os levasse a refletir sobre o tema abordado”, declara a atriz.

Com direito à estreia no Festival Guarnicê de Cinema 

“É Só Contar” teve sua estreia no 47º Festival Guarnicê de Cinema, sendo indicado e premiado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, com a atuação de Rafael Lobato no papel de Alberto. Esse reconhecimento ressalta a qualidade do elenco e a profundidade das performances que deram vida aos personagens.

O curta-metragem é um produto da disciplina Direção em Audiovisual, sob a orientação da professora Polyana Amorim, que destacou a importância de projetos que refletem experiências autênticas e ressoem com o público. “É Só Contar” cumpre esse objetivo ao abordar temas universais de forma acessível e tocante.

A identificação da equipe com o roteiro, inicialmente não escolhido, reflete a força da narrativa e sua capacidade de conectar-se com experiências reais e pessoais. O filme, ao explorar a jornada de César, convida o público a refletir sobre suas próprias buscas por identidade e liberdade.

“É Só Contar” é mais do que um simples exercício acadêmico; é uma obra que promete ressoar com espectadores de todas as idades, trazendo à tona a beleza e a dificuldade de encontrar e afirmar quem realmente somos. Para mais informações sobre o projeto e exibições, acompanhe as redes sociais @esocontaroficial.

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