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Desemprego cresce e atinge novo recorde histórico no Piauí

O Piauí encerrou o 2º trimestre de 2021 com o maior índice de desocupação da história. Pela primeira vez, a taxa atingiu a marca de 14,9%. É a maior proporção já registrada desde 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início à coleta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). São consideradas desocupadas as pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam sem trabalho e procurando por uma ocupação.

 O estado já havia atingido um recorde no 1º trimestre de 2021, quando a taxa chegou a 14,5%. Deste então, a situação piorou: o aumento de 0,4 ponto percentual no índice significa que mais 12 mil pessoas entraram para a estatística de desocupação. Ao todo, o estado tinha cerca de 212 mil desocupados ao final do 2º trimestre deste ano.  

Apesar dos dados negativos para o Piauí, o estado de Pernambuco é quem lidera as estatísticas de desocupação, com taxa que chegou a 21,6% no 2º trimestre de 2021. Já o menor índice do país é de Santa Catarina, onde apenas 5,8% da população em idade de trabalhar está desocupada. O Piauí também possui a menor taxa de desocupação entre os estados do Nordeste e a 12ª maior do país.

A pesquisa mostra que o Piauí segue na contramão do país, que também alcançou recordes de desocupação durante a pandemia, mas teve pequena recuperação no 2º trimestre de 2021. A taxa do país, que chegou a 14,7% no 1º trimestre de 2021, caiu para 14,1% no 2º trimestre. Isso significa que, no Brasil, cerca de 361 mil pessoas conseguiram uma ocupação ou desistiram de procurar trabalho entre os dois primeiros trimestres deste ano. No total, cerca de 14,4 milhões de pessoas ainda permaneciam desocupadas no país ao final do 2º trimestre de 2021.

A taxa de desalentados do país – pessoas com 14 anos ou mais de idade que deixaram de procurar trabalho porque acreditavam que não iriam encontrar – teve queda de 6,5% em relação ao 1º trimestre de 2021. Cerca de 388 mil pessoas saíram dessa condição no período. Isso, aliado à redução da desocupação, pode indicar que mais pessoas conseguiram um trabalho do que desistiram de procurar. No Brasil, havia ainda o total de 5,58 milhões de desalentados no 2º trimestre de 2021.

Mas o Piauí diverge do país também com relação aos desalentados. No estado, mais 4 mil pessoas passaram a essa condição entre o 1º e o 2º trimestre de 2021, um aumento de 1,6%. Em comparação ao 2º trimestre do ano passado, o aumento foi de 31,3%, ou 56 mil pessoas a mais na situação de desalentadas. O total de desalentados do estado chegou a 235 mil pessoas no 2º trimestre de 2021.

Piauí é o estado com mais subutilização da força de trabalho

Enquanto o índice piauiense alcança quase metade (46,6%) da população em idade de trabalhar, a taxa do Brasil não chega a um terço das pessoas com 14 anos ou mais de idade (28,6%). Apesar da alta proporção, o estado registra quedas no indicador: a taxa era de 48,7% no 1º trimestre de 2021 e de 47,8% no 2º trimestre do ano passado. O valor registrado no país também foi menor do que no 1º trimestre de 2021 (29,7%) e do que no 2º trimestre de 2020 (29,1%).  

A taxa de subutilização composta do Piauí corresponde a cerca de 824 mil pessoas. São, aproximadamente, 212 mil desocupados, 349 mil pessoas com potencial para trabalhar, mas fora da força de trabalho e 263 mil subocupados por insuficiência de horas trabalhadas – ou seja, que trabalham menos de 40h semanais. No país, o índice corresponde a 32,2 milhões de pessoas: 14,4 milhões de desocupados, 10,2 milhões na força de trabalho em potencial e 7,5 milhões subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.

Piauí tem a 4ª maior taxa de informalidade do país

No 2º trimestre de 2021, o Piauí atingiu taxa de informalidade de 56,9%. O índice é o quarto mais alto do país, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, a taxa foi de 40,6%.

A taxa indica a proporção de trabalhadores do setor privado sem carteira de trabalho assinada, trabalhadores domésticos sem registro em carteira, empregadores sem registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), trabalhadores por conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares em relação ao total de pessoas ocupadas. Apenas os estados do Amazonas (59,7%), Maranhão (60,5%) e Pará (60,5%) registraram índices de informalidade superiores ao Piauí. Santa Catarina tem a menor proporção do país (26,9%).

Ao todo, cerca de 687 mil pessoas estão ocupadas na informalidade no Piauí. São 175 mil trabalhadores do setor privado sem carteira, 70 mil trabalhadores domésticos sem carteira, 18 mil empregadores sem CNPJ, 356 mil trabalhadores por conta própria sem CNPJ e 68 mil trabalhadores familiares auxiliares.

Chama a atenção, em nível nacional, a alta taxa de informalidade dos trabalhadores do setor privado piauiense. O Piauí possui a quinta menor taxa de trabalhadores do setor privado que têm carteira de trabalho assinada. Apenas 57,1% das pessoas empregadas no setor privado são contratadas formalmente no estado. No Brasil, a média é de 75,1%, enquanto em Santa Catarina, estado com maior proporção, o índice chega a 90%.

Um terço das pessoas ocupadas trabalha por conta própria no Piauí

No Piauí, cerca de um terço (33,6%) das pessoas ocupadas trabalham por conta própria.  De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), no Brasil a taxa é de 28,3%. O levantamento é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O Piauí é o sétimo estado do país com maior proporção de trabalhadores por conta própria. As taxas superiores são de Pernambuco (33,9%), do Maranhão (34,7%), da Paraíba (34,8%), do Pará (35,4%), do Amazonas (36,7%) e do Amapá (37,7%). Com menor índice está o Distrito Federal, onde 21,4% das pessoas ocupadas trabalham por conta própria.

A proporção vem crescendo desde o ano passado no estado. No 2º trimestre de 2020, os trabalhadores por conta própria representavam 29,6% do total de pessoas ocupadas. Isso significa que, no período de um ano, mais 93 mil pessoas passaram a integrar o grupo, que atualmente totaliza 405 mil trabalhadores.

Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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