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Duas onças morrem por negligência no Zoobotânico


É estarrecedor o descaso da Secretaria Estadual de Meio Ambiente-SEMAR com os animais que estão sob sua responsabilidade no Parque Zoobotânico de Teresina. Ontem, uma oncinha Suçuarana que nasceu no último dia 21 de setembro morreu no Hospital Veterinário da UFPI-HVU. Antes, já tinha morrido sua irmãzinha. Elas eram filhas de uma Suçuarana que cruzou com o irmão e nasceram com má formação genética.

Atualmente são quatro fêmeas e três machos da mesma família que vivem no Zoobotânico e não existem recintos para todos.


As mortes poderiam ter sido evitadas caso a SEMAR trabalhasse para promover o mínimo de conforto e qualidade aos animais atualmente. A oncinha que só morreu ontem viveu um pouco mais graças ao esforço dos estagiários do Zoológico que a levou ao hospital e também arcaram com todas as despesas de leite, mamadeiras e medicamentos, para tentar salva-la. A SEMAR nada fez e segue a política do abandono de todo o plantel do Zoológico.


No caso da Suçuarana, caso não haja manejo e estrutura físicas adequadas, outras virão e novas mortes podem acontecer, porque não existe um Programa de Conservação de Espécies, possível de se efetivar através de parceria com outros zoológicos; também não é filiado a Associação Brasileira de Zoológicos e Aquários (AZAB), que poderia garantir tanto intercâmbio entre animais como conhecimentos técnicos.


Não fossem os esforços do corpo técnico e dos estagiários de veterinária, biologia e zootecnia o morticínio no zoológico era bem maior, embora dentro das instalações do Parque exista um Centro de Triagem de Animais Silvestres-CETAS, inaugurado em 2016 e sem funcionar até hoje, apesar das cobranças do Ministério Público e da sociedade.


Não se sabe claramente quais os planos da SEMAR para o Zoobotânico, mas o que se ver é um grande descaso com os animais instalados ali.


Em setembro de 2020, a Secretaria baixou uma Portaria proibindo a entrega voluntária, apreensão e resgate de animais no Zoobotânico. Por interferência da Promotora de Justiça do Meio Ambiente de Teresina, Gianny Vieira, foi obrigada voltar atrás. A Portaria não designava outro local para receber os animais. A época, a Promotora comentou “obviamente que eles têm que ir para algum lugar e o único que se conhece no município é o Parque Zoobotânico”. Nos poucos dias em que a portaria esteve vigorando, os animais apreendidos oriundos de tráficos ou entregas voluntárias à Polícia Ambiental eram levados para sítios particulares, geralmente de conhecidos dos policiais, que se compadeciam da situação e aceitavam abrigar os animais.


Tudo isso ocorre quando o Governo do Estado propõe uma Parceria Público Privado-PPP para o Zoobotânico, que fala em promover lazer sustentável, educação ambiental, incluindo o zoológico, e por outro lado, abandono os animais e o parque, como se está ver hoje é inadmissível e vergonhoso.


Tânia Martins
Jornalista Ambiental

Foto reprodução das Suçuaranas que nasceram no zoobotanico

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