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Em meio a novo pico da Pandemia da Covid-19, trabalhadores da Saúde denunciam cortes e redução de salários em Teresina

Teresina chega ao final de mais uma semana contabilizando um total de 173.691 casos confirmados de Covid-19 e 3335 mortes. Só na última semana foram 93 vidas perdidas para o Novo Coronavirus, o maior número semanal desde agosto do ano passado. O número de mortes cresce, enquanto os números de leitos de UTI disponíveis diminuem. Dos 325 leitos de UTI Covid em todo o Piauí, apenas 80 estão livres. 

No meio desse caos, os trabalhadores da Saúde seguem arduamente a batalha de enfrentamento ao vírus. Mas além de combater a Covid-19, precisam também combater a falta de condições de trabalho, as baixas remunerações e a precarização do seu exercício profissional. 

Neste sábado (27/02), os trabalhadores foram surpreendidos com o que alguns deles vem chamando de “o maior golpe realizado pela atual gestão da  FMS na história de Teresina”. A categoria denuncia a diminuição de 50% no valor dos plantões e 20% da insalubridade  para quem está trabalhando no setor COVID 19. 

“Pessoas que até ontem eram chamados de heróis e agora no meio da Pandemia, se depararam hoje, dia 27 de fevereiro de 2021, com seu contracheque quase pela metade. A Prefeitura Municipal de Teresina, o Secretário Robert Rios e o Presidente da FMS estão numa política extremamente esmagadora, contra os trabalhadores da Saúde. Nesse momento, quem tá no setor Covid teve seu plantão cortado pela metade. Cem reais pra tá no setor Covid, além disso cortou o adicional de Insalubridade”, denuncia Erick Riccely, enfermeiro e presidente do Senatepi – Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Tecnicos em Enfermagem do Estado do Piaui.

Erick Riccely, enfermeiro e presidente do Senatepi – Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Tecnicos em Enfermagem do Estado do Piaui.

Além dos trabalhadores da enfermagem, outras categorias também estão sendo atingidas. João*, médico da FMS, está trabalhando no setor Covid-19 desde o ano passado e relata um cenário caótico. Segundo ele, não bastasse o fechamento de leitos COVID principalmente de UTI que caíram na rede municipal  de 70 leitos (do nas tendas  do HUT era 50 ) para 40 ( 20 no Hut e 20 no monte castelo), eles precisam conviver com a redução de profissionais, demissões e redução de salário para os que ficaram na ativa.

“Percebemos que o prefeito e governo do estado fazem a população de besta pedindo para fazerem sacrifício em isolamento, fechando seus estabelecimentos, enquanto deixam quem está doente à deriva e desvaloriza os profissionais de saúde”, afirma.

Em nota, a Fundação Municipal de Saúde negou que tenha ocorrido redução real de salários dos profissionais que trabalham na área da saúde de Teresina. Segundo a nota, os salários, insalubridade e plantão estão sendo pagos rigorosamente em dia. “O que houve foi o fim do acréscimo temporário (até dia 31 de dezembro de 2020)  de 20%  no valor da insalubridade, que foi autorizado pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde,com aporte de recursos específico para essa finalidade”, afirma a nota. 

O presidente do Senatepi, por outro lado, rebate a informação a FMS. “Primeiro que isso é subjugar a inteligência dos profissionais, a insalubridade é regulada pela NR 15, anexo 14 e é estabelecida pelo grau de exposição e não pela autorização de a ou b”, eólica Erick Ricelly. 

A categoria convocou uma Assembleia Geral para a próxima terça-feira (02/03), onde devem discutir o assunto. Nesta segunda-feira (01/03) haverá protesto no Hospital do Monte Castelo, referência Municipal no tratamento da Covid-19. 

* João é um nome fictício utilizado nesta reportagem para preservar a identidade da nossa fonte.

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