Tânia Martins/ edição: Vicente de Paula
Poucas informações que se consegue sobre o uso de agrotóxicos no Piauí vêm de flagrantes como o encontrado em um posto de combustíveis no município de Ribeiro Gonçalves, onde quase todo seu território é ocupado pelo Agronegócio.
O vídeo mostra um caminhão velho, quebrado, com uma carga de embalagens de venenos na carroceria e espalhados pelo chão, mostrando a total falta de segurança no transporte e descarte das embalagens dos venenos, pelos responsáveis.
No Cerrado os produtores do Agronegócio é quem comandam a região e poucos respeitam medidas de segurança para uso de agrotóxicos, geralmente aplicam e armazenam os venenos sem segurança para quem aplica, transporta e descarta os perigosos químicos.
Também é impossível quantificar, qualificar e saber quais são os agrotóxicos mais usados no Piauí. A falta de fiscalização entrava tudo, dando margem à politica da clandestinidade, vendas fracionadas por todos os recantos do Piauí. Enquanto os empresários milionários do agro armazenam toneladas de venenos valiosos em seus galpões, nosso solo padece com áreas de contaminação imensuráveis.
Quem caberia ter o controle sobre uso de tais substâncias no Estado é a ADAPI –(Agencia de Desenvolvimento Agropecuária do Piauí), entretanto, não cumprem seu dever como instituições, como bem retrata esse vídeos, que escancara como estamos expostos à ausência de informação e proteção da vida.
Essas coisas funcionam com tanta eficiência no governo Bolsonaro quanto a liberação do uso de agrotóxicos. Em menos de cinco meses de mandato, o país abriu as portas para 169 venenos desse tipo – que são usados em larga escala para combater pragas na agricultura e podem causar danos ao meio ambiente, aos animais e ao ser humano.
Não é de hoje que o país tem destaque no uso desses produtos: em 2016, as lavouras brasileiras receberam um quinto de todo o agrotóxico usado no mundo. Em média, o Brasil importa por ano 363 mil toneladas de agrotóxicos – o mesmo peso do Empire State Building, em Nova York.
Em 2016, o Brasil aplicou 777,4 mil toneladas de agrotóxicos agrícolas nas suas lavouras – praticamente o dobro do que foi aplicado nos Estados Unidos (407,7 mil toneladas). Os Estados Unidos são os maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas, enquanto o Brasil ocupa o quinto lugar nesse ranking
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