Movimento pede indenização para a família de Janaína, mais patrulhamento e retratação da universidade sobre criminalização de calouradas.
O assassinato brutal de Janaína Bezerra escancara uma ferida secular e colonial do nosso país: o machismo e o racismo. Não encarar isso como elemento crucial é seguir tapando o sol com a peneira e criando subterfúgios que em nada resolvem o problema.
Hoje pela manhã (31/01), estudantes da UFPI ocuparam a reitoria da Universidade em protesto. Denunciando a violência, os/as estudantes também reivindicam seu lugar de fala e participação nas tomadas de decisão da universidade. A UFPI, em nota, tentou responsabilizar o movimento estudantil e criminalizar as festas universitárias.
Para os/as estudantes, a morte de Janaína não pode ficar impune e a administração superior da UFPI não pode se eximir da responsabilidade.
“É muito perigoso, porque a administração da UFPI criminaliza o Movimento Estudantil e atribui a culpa aos estudantes, mas esses espaços são de socialização e financiamento das nossas atividades. E, para além de tudo, essas denúncias não são novas, são bem antigas e por isso também pedimos o afastamento do Gildásio (reitor) e reiterando que nós não somos culpados e devemos receber proteção da instituição”, afirma Mariana Sores, estudante da UFPI e integrante do Coletivo RUA.
Confira a abaixo as principais reivindicações dos estudantes:
1) Indenização da família de Janaina;
2) Reabertura do RU1 a noite;
3) Ampliação de todas as frotas de Ônibus , linhas que dão acesso a UFPI e novas linhas saindo de cada bairro a universidade, aumento da circulação/ horário do Fantasmão, com linha vindo de Timon com integração do transporte das duas cidades e que nessa discussão tenha a UFPI, SETUT, Prefeitura de Timon e STRANS;
4) Manutenção/ corte dos matos e podas;
5) Iluminação do Campus Petrônio Portela;
6) Criação da Ouvidoria exclusiva para casos de denúncia de assédio;
7) Ampliar os horários de abertura dos portões dos centros;
8) Mais patrulhamento de motos, inclusive nas paradas de ônibus;
9) Seguranças Mulheres;
10) Monitoramento por câmeras nos corredores dos Centros, paradas de ônibus, entradas e saídas;
11) Jurídico da UFPI entrar com medida protetiva contra Hudson (ex-aluno de Filosofia)
12) Policiamento não armado;
13) Dossiê de denúncias : Janaina da Silva Bezerra;
14) Decretar o dia 28 de Janeiro como dia de memória a Janaina da Silva e combate a violência de gênero dentro da Universidade;
15) Atendimento de urgência e emergência para estudantes no HU;
16) Interferência em todos os cursos do Campus, com ênfase no curso de Exatas, Natureza e Saúde: cursos/ projetos de extensão e no currículo;
17) Rede de combate ao assédio e medidas institucionais;
18) Criação do Fórum de segurança;
19) Garantia da segurança dos ocupantes da Reitoria;
20) Memorial físico custeado integralmente pela UFPI em memória de Janaina da Silva no espaço do CCN;
21) Participação paritária/proporcional com estudantes, professores e servidores no plano de segurança;
22) Saída do interventor Gildásio por meio de novas eleições, além de responsabilização do mesmo e da administração;
23) Chamar o Governo do Estado do Piauí a responsabilidade;
24) Nota de retratação da UFPI em relação a criminalização dos eventos, como calouradas e do movimento estudantil (DCE) e revogação da portaria 49/2023 que proíbe as calouradas. Rever o protocolo de acesso ao Noé Mendes para realização de eventos.
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