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Filmes “Esperança 1770” e “A quem será que se destina a transnordestina” são lançados junto com o EP Karma nesta quinta-feira

Texto Por Sarah F. Santos

Junta todo mundo que ama filme, música, luta e leva pra Timon que vai ter. Nesta quinta-feira (12.09), vai rolar o lançamento do EP Karma e o lançamentos dos filmes “Esperança 1770” e  “A quem será que se destina a Transnordestina”. As atividades começam às 16h com o Cine Preto no Terreiros Club e segue com debate com convidados e produtores do filme. Na sequência vai ter muito som com diversas atrações musicais no lançamento do EP de Carmen Kemoly, a Karma. 

Ambos os filmes mostram a potência da coletividade e da criatividade que une Piauí e Maranhão, pois partem de atuações coletivas para contar e narrar o não dito. “Esperança 1770” remonta à memória de Esperança Garcia, primeira advogada mulher do Brasil. Ela que, muito provavelmente, tem raízes da chegada de seus ancestrais pelo Maranhão e é transportada às fazendas do Piauí, na atual Oeiras, até escrever uma carta denunciando os maus tratos sofridos, decorridos da escravidão e ainda solicitando humanidade a seus filhos. Este filme conta com a parceria entre Labcine, Casa das Pretas e Ocorre Diário. 

Já o filme “A quem será que se destina a Transnordestina”, mostra a luta das comunidades quilombolas em Paulistana, Sul do Piauí, e os impactos da Ferrovia Transnordestina. A violação de direitos perpassa pela desapropriação de terras, onde muitas vezes os moradores ‘receberam’ apenas R$ 5,00 (isso mesmo, CINCO REAIS) como indenização para sair de suas terras. Além disso, a ferrovia dividiu as comunidades, impactando totalmente seus modos de vida. Este filme é uma parceria entre o Coletivo Antônio Flor (CAF), coletivo de advogados populares que atua junto às comunidades e também conta com a realização da Flores.Ser Comunicação Coletiva e do Ocorre Diário. 

Para o lançamento de ambos os filmes, terá debate com a professora Maria Sueli Rodrigues, professora da UFPI e militante do CAF, além de uma das produtoras Carmen Kemoly. Além disso, Maria Sueli é uma das pesquisadoras que realizou o Dossiê Esperança Garcia via Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, da OAB-PI. Não precisa nem dizer que esse é um momento importante para a produção audiovisual e ativista do Piauí e Maranhão, dando as provas de que arte muda a vida e está vivíssima em nosso território. 

E para quem está a fim de ouvir a somzeira, se liga que o time que vai participar do EP de Karma é de peso. Sabe quem participa do EP somando nessa coletividade preta? Se segura aí: Becos e Vielas, Reação do Gueto, Preto Kedé, Preto Fúria e Erick. E nas atrações dessa noite de festa vai ter mulher empoderando palcos: DJ Laís, Bebel, Raporelas, Laura Afronto. Além destas vozes mulheristas, ainda vai ter Bolufão nos Beats.

E é preciso destacar a figura da mulher negra que inspira e coordena os três lançamentos da noite, sem tirar o peso da coletividade que constrói este trabalho. Carmen Kemoly (ou MC Karma) é jornalista pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), mestranda em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mas talvez o mais importante a ser dito sobre ela é a força que ela dedica há pelo menos 10 anos pela transformação social seja em movimentos sociais, no movimento hip hop e agora desbravando com muita maestria o cinema. 

Confere aí a programação e as sinopses do filmes. Segura aí pow, pow, pow

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