A prefeitura de Teresina assinou hoje (31) o reajuste da tarifa de transporte coletivo, passando de R$ 3,85 para R$ 4,00 e elevando a capital para o segundo lugar no ranking das capitais com passagens mais caras do nordeste, ficando atrás apenas de João Pessoa. Lembrando ainda que Teresina é uma das capitais com a população economicamente mais pobre do país, onde 29,3% dos seus habitantes está abaixo da linha da pobreza, de acordo com o último PNAD do IBGE.
Desde as manifestações de 2012, quando milhares de estudantes e trabalhadores tomaram as ruas em protesto contra o aumento da passagem, os reajustes passaram a acontecer a toque de caixa, no período de férias e próximo à feriados e finais de semana.
Nesses últimos 8 anos, a passagem aumentou mais de 90%, passando de R$ 2,10 em 2012 para R$ 4,00 em 2020. Por outro lado, o salário mínimo não apresentou o mesmo crescimento, aumento 68% nesse mesmo período.
Os gastos dos nordestinos com transportes cresceram e, hoje, representam a terceira principal despesa das famílias. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada pelo IBGE no ano passado, os moradores das cidades do nordeste comprometem, em média, 16,2% da sua renda com transporte. Ficando atrás apenas de alimentação (22%) e habitação (32,4%).
Em nota, a Prefeitura informou que o reajuste foi de 3,89%, índice abaixo da inflação, que ficou em 4,31%, e menor que o valor da planilha apresentada ao Conselho Municipal de Transporte. Ainda de acordo com a nota, o decreto assinado ressalta que o reajuste foi necessário para manter o equilíbrio do sistema de transporte coletivo.
Em reunião realizada esta semana, o Conselho de Transporte havia analisado o estudo tarifário do transporte público, que apontou a necessidade de um reajuste no percentual de 9,59%, o que elevaria o valor da passagem inteira para R$ 4,22, e para R$ 1,40 a de estudante.
O Diretório Central dos Estudantes da UFPI foi a única entidade presente da reunião que votou contrária ao reajuste. Lucas Martins, estudante de história e membro do DCE/UFPI afirma que “precisamos fazer um Contra Aumento para reivindicar uma melhora no transporte público pois ainda há muita demora e a integração não funciona”. O estudante ainda denuncia que durante as férias a situação é pior com a redução do número de ônibus e a superlotação.
Matéria colaborativa por Ocorre Diário
Foto: Kelson Fontenele – @teresinaobservada
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