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“Fundo Rotativo atrasado e quase 2 anos sem manutenções nas escolas”, denunciam diretores

“As escolas estão sucateadas. Não tem material de expediente, não tem material pedagógico, as escolas estão sujas, cheias de mato, falta pia, falta material de limpeza. Falta tudo e não tem dinheiro pra comprar, porque a prefeitura não manda dinheiro pras escolas. Está um caos”, desabafa o diretor de uma escola da rede pública municipal de Teresina, que preferiu não ser identificado.

O dinheiro no qual o diretor se refere é o Fundo Rotativo, um programa desenvolvido Secretaria Municipal de Educação (Semec) e que insere recursos diretamente nas contas das unidades de ensino para custear despesas com manutenção e conservação de equipamentos, pequenos reparos estruturais e aquisição do material de rotina. Também pode ser utilizado para a compra de produtos de complementação da alimentação escolar e gás de cozinha.

“A cada três meses a gente recebe esse recurso. O primeiro repasse deste ano era pra ter sido em fevereiro, mas recebemos só em março. O segundo era para o mês de maio, mas até agora não foi depositado. A promessa é que vai ser depositado só em julho”, denuncia o diretor, que completa: “vai chegar um momento que teremos que fechar a escola”.

Além do Fundo Rotativo, os diretores denunciam ainda a ausência de empresa licitada para serviços de manutenções. “Não tem manutenção. Aqui na escola tem solicitações de reparos parados há dois anos e a prefeitura afirma apenas não haver empresas licitadas para realizar os serviços”, afirma o diretor ouvido por nossa reportagem.

Procurada pela nossa reportagem, a Secretaria Municipal de Educação, através da sua assessoria, não confirmou o atraso, mas também não confirmou a realização do repasse referente ao mês de maio. “Não temos esta informação registrada por nenhum gestor escolar”. Apesar disso, o decreto 22.810, que regulamenta o Fundo Rotativa, estabelece que os repasses devem ser realizados nos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro. Os diretores ouvidos pela reportagem afirmam que ainda não receberam o repassem referente ao mês de maio. A SEMEC não se pronciou a cerca da ausência de empresa licitada para serviços de manuntenção nas escolas.

Enquanto isso, diretores não sabem mais o que fazer. “Na nossa escola aqui, onde tudo é motivo para reclamações. Como se nós fôssemos culpados pelo matagal, pela falta de calçada”, afirma outro diretor. O valor total dos repasses do Fundo Rotativo gira em torno de 1,5 milhões de reais (conforme consta nos últimos dados públicos divulgados pela SEMEC, em 2020), podendo variar ano a ano de acordo com o número de estudantes matriculados.

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