Mulher de 75 anos tentou defender o filho dos ataques e teve o braço machucado. Agressor está foragido
O conflito por terra no território indígena Akroá Gamela, em Baixa Grande do Ribeira, a 766km de Teresina, voltou a se acirrar neste fim de semana, quando, mais uma vez, um capanga de grileiros tentou matar o líder indígena Adaildo José Alves. As informações são da Reapi (Rede Ambiental do Piauí).
Adaildo José estava em um carro, com a mãe idosa, quando foi ameaçado com um facão. Essa já é a segunda ameaça contra a liderança. Em fevereiro de 2023, Adaildo recebeu ameaças de morte via áudios no WhatsApp. O Ocorre Diário divulgou a denúncia feita pela liderança, que também registou boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Nova ameaça deixou idosa ferida
Desta vez, o ataque aconteceu quando Adaildo foi à cidade conversar com o professor em busca de matrículas para suas filhas. Ao diminuir a velocidade para estacionar nas proximidades da residência do professor, foi alcançado por um sujeito que o interceptou e, com um facão em punho, desferiu um golpe. O ataque não atingiu Adailton, que conseguiu fechar até a metade do vidro do carro. Ainda assim, o sujeito continuou tentando atingi-lo.
A mãe de Adailton, de 75 anos, que estava no veículo, tentou defendê-lo dos golpes e acabou sendo machucada no braço, que foi alvo de soco por parte do agressor. A polícia ainda não identificou quem é o grileiro mandante que está por trás dos ataques aos indígenas.
Sujeitos são conhecidos pelas ameaças
De acordo com a Reapi, os jagunços contratados para tocar o terror na comunidade já são conhecidos na região, inclusive um deles já esteve preso por vender terras públicas. Os indígenas presumem que esses sujeitos praticaram o mesmo delito na área demarcada pelo Interpi e que agora estão sendo pressionados por quem as comprou.
“As ameaças estão cada vez mais frequentes. Eles acham que eu posso desmembrar a terra e até evitar a homologação e a demarcação”, justifica Adaildo que ao contrário, luta pela regulamentação e demarcação já.
Para todas as agressões sofridas pela comunidade foram registrados Boletim de Ocorrência. Ainda ontem (5), a Delegacia de Polícia de Baixa Grande intimou o agressor a comparecer à Delegacia, porém o mesmo encontra-se foragido.
Ameaças se intensificaram após multa
A liderança Akroá Gamela vem denunciando a invasão no território já reconhecido e georreferenciado pelo Instituto de Terras do Piauí (Interpi) como área indígena. As ameaças aos Akroá Gamela ganharam força após a Semar (Secretaria de Meio Ambiente) informar que multou em R$ 2,3 milhões os responsáveis pelo desmatamento de uma área de 2.173,62 hectares no território dos indígenas.
Fonte: Reapi
Edição: Redação Ocorre Diário
Comments (1)
KACICA DELZENIR COORDENADORA DOS POVOS ORIGINÁRIO(SUIRPO)says:
6 de março de 2023 at 8:18 PMTodas as vezes que tiver esses ataques de violência contra Indígenas tem que ser denunciado , fazer BO na delegacia e procurar as Autoridades Competentes .