Com ifnormações de Diálogos Insubmissos | Edição: Luan Matheus Santana
“Participar da Flip 2024 como uma autora negra e nordestina, publicada pela editora baiana Diálogos Insubmissos, foi uma oportunidade de ver o circuito da literatura e do mercado editorial sob outros ângulos. Estar em uma feira literária do sudeste, em que a maioria do público e das atrações são brancas, mas vinculada a uma editora independente e feita pelas mãos de mulheres negras, é ver as práticas de enfrentamento ao racismo concretizadas”, conta Carmem Kemoly, jornalista, rapper, poeta e uma da coordenadoras da Plataforma Ocorre Diário, que lançou, no último sábadop (12), o livro “Slam Insubmisso: Edição especial autoras nordestinas”, na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2024, considerada uma das maiores feiras literárias do mundo.
O livro é uma iniciativa da Editora Diálogo Insubmissos, uma plataforma literária empenhada em amplificar as vozes de mulheres negras no Brasil. O laçamento aconteceu no Auditório do Areal, durante a mesa “Preta, poeta, insubmissa!”, que contou ainda com a participação de Dayse Sacramento, editora da Diálogos Insubmissos. A programação em Paraty também incluiu uma Oficina de Escrita Criativa, na Casa CEMBRA, espaço parceiro da FLIP, que foi mistrada por Carmen Kemolly. A ação é uma atividade proposta em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo e o lançamento da Coleção Pedagógica do Programa Asé Toré Diversidade de saberes dos povos indígenas, contando com a participação de Luzia Mota, além de Marcilene Garcia de Souza, professora do IFBA, atual Chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade (ASPADI,) do Ministério da Igualdade Racial (MIR).
As duas atividades aconteceram a convido do Diálogos Insubmissos de Mulheres Negras (DIMN), que retorna à FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty, integrando mais uma vez a programação da FLIP+. Desde sua estreia em 2017, o DIMN tem sido uma plataforma literária empenhada em amplificar as vozes de mulheres negras em festas literárias. Nas edições da FLIP de 2018 e 2019, o Diálogos levou a Casa Insubmissa de Mulheres Negras para o evento, com uma programação diversa que confrontava a ausência de escritoras negras na programação oficial. Este ano, o projeto estará presente com uma série de atividades que terão como foco os debates literários, oficinas de escrita e mesas temáticas que continuarão a fomentar a presença e o protagonismo das mulheres negras na literatura brasileira, colaborando para a criação de novas narrativas.
A participação do Diálogos Insubmissos na programação da FLIP contará com quatro mesas. A primeira dela será sobre comunicação antirracista e experiências editoriais, com a jornalista Midiã Noelle (Bahia), do Instituto COMMBNE. A segunda será a mesa Catalogando saberes e produzindo ciência: experiências editoriais no Instituto Federal de Educação da Bahia, com a presença da reitora Luzia Mota. Na oportunidade, será lançado o Catálogo Editorial EDIFBA, o primeiro a reunir todas as obras publicadas pela editora do IFBA, com versões impressa e on-line acessíveis via QR Code.
Além disso, haverá atividades do DIMN em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, com outras duas mesas. No dia 11 de outubro, às 21h, na Casa da Cultura, acontece a mesa “Uma conversa sobre fazer livros com editoras negras insubmissas”, com Dayse Sacramento, editora do Diálogos Insubmissos, e Maitê Freitas, da Editora Oralituras, discutindo o papel transformador das editoras negras lideradas por mulheres negras. Essa edição reforça o compromisso do Diálogos em promover a produção literária de mulheres negras, incentivando a formação de novos leitores e legitimando vozes de artistas de cor e periféricas. Além de fortalece a articulação entre literatura e artivismo, tanto na Bahia, quanto no cenário literário nacional.
Sobre a Fundação Rosa Luxemburgo
A Fundação Rosa Luxemburgo (FRL) é uma organização alemã fundada em 1990, em Berlim, que está presente em 24 países do mundo. Ela é ligada ao partido Die Linke, que significa a esquerda, ou o lado esquerdo. No Brasil há 24 anos, desenvolve projetos de apoio e fortalecimento da democracia, dos direitos humanos e da natureza e de estímulo e circulação do conhecimento crítico. Para isso, realiza trabalhos em parceria com diversas organizações e movimentos do campo progressista da sociedade brasileira. Também mantém viva e atuante a obra e legado de Rosa Luxemburgo, filósofa e economista polonesa/alemã e importante referência da militância política. Atualmente, a FRL é apoiadora do Diálogos Insubmissos.
Desde 2000, suas iniciativas de cooperação internacional e solidariedade contam com apoio do Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento e do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. Com escritórios em mais de 24 países, a entidade mantém, desde 2003, uma base regional do Brasil e Paraguai na cidade de São Paulo.
Na região, os eixos principais são: a defesa da democracia e de direitos políticos e sociais; críticas a modelos extrativistas, transgenia e mercantilização da natureza e da vida; e alternativas ao sistema capitalista, com o apoio a experiências coletivas e solidárias, bem como a divulgação de conceitos como Bem Viver e a luta contra o racismo e todas as opressões e por uma sociedade justa e livre.
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