A artista LEVITA, nascida em Teresina, retorna à capital piauiense para lançar seu primeiro single: “Destina”. O lançamento oficial – com clipe – está previsto para o dia 27 de outubro (quinta) nas principais plataformas digitais. A música tem como inspiração a lenda da Num-Se-Pode, e ressignifica a história através de uma abordagem que visibiliza corpos trans e Travestis.
Capa oficial do single ‘Destina’
Em uma tentativa de ressignificar o imaginário social piauiense e do mundo através de uma perspectiva dissidente de uma história popular, o single da artista mistura elementos regionais nordestinos com batidas eletrônicas e com o ravefunk, compondo uma sonoridade híbrida contemporânea somada com visuais extravagantes. “Essa música, pessoalmente acho que eu me sinto completamente contemplada de me apresentar com ela, é uma música muito pessoal, é muito fiel no que eu acredito esteticamente e sonoramente. Pra mim, essa música é um mantra, e sinto que ‘Destina’ não é só um título, mas um modo de agir/de me reconhecer”, afirma a multiartista.
LEVITA é uma artista que transita entre a dança, a performance, o audiovisual e a música. Bacharela Interdisciplinar em Artes pela UFBA, a travesti piauiense tem trabalhos como “Existência LTDA”, “Vazio Amarelo” e, esse mês, volta ao Piauí para apresentar seu primeiro single, “Destina”. “Me sinto animada de voltar ao Piauí e abrir uma discussão acerca de uma lenda tão popular, mas tão pouco desconstruída. Pra mim, é muito importante, porque é uma forma de valorizar e visibilizar a cultura piauiense, que muitas vezes é apagada nacionalmente e também pouco fomentada pelos próprios piauienses”, destaca.
A artista inicia seus trabalhos de performance com as apresentações “Transgressão”, “Mundo Sem Mãe” e “RaSHa SHow” em Teresina. Foi artista residente do espaço CAMPO Arte Contemporânea, também no Piauí. Em 2018, muda-se para Salvador e se forma no Bacharelado Interdisciplinar em Artes pela UFBA. Entra em contato com a Escola de Dança da UFBA e com os coletivos Fervo Profano e Rapadura, Urucum e Dendê.
Sobre sua primeira canção, ela ainda afirma: “Acredito que é importante tentar tirar desse lugar de folclore as lendas e trazer mais para a realidade da comunidade trans/ LGBTQIAP+ é uma forma de visibilizar esses corpos. É muito pessoal, uma vez que minha transição de gênero vem junto com o processo de composição e produção da música, então, é como se fosse um mantra de libertação pra mim, uma forma de reescrever meu destino, ou melhor, minha Destina”.
“Entre a tensão e a cortesia, mansidão e valentia, violência e apatia, quem são aquelas que não se podem ser nomeadas, humanizadas, amadas?” – LEVITA Foto: Carlos Corrêa Moro e a edição é de Brenda Falcão
Cabrita da Peste
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