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Mobiliza 8 de março: mulheres da Lindalma Soares apresentam suas reivindicações

Neste 8 de março a articulação entre mulheres que vivem em ocupações e comunidades periféricas de Teresina tem se unificado para reivindicar seu direitos. Levantando pautas como o Direito à Moradia, Direito à Cidade, combate à violência doméstica, emprego, saúde e educação, o movimento tem atuado no combate às opressões e fortalecido a luta das mulheres periféricas.

A mobilização para o 8 de março tem acontecido nas comunidades Boa Esperança (zona norte), Ocupação Lindalma Soares (zona norte), Ocupação Vila Verde (zona leste), Vila Ferroviária e Conjunto Murilo Resende (zona sul) e residencial Torquato Neto (zona sul).

A Ocupação Lindalma Soares é um dos grandes exemplos da luta pelo Direito à Moradia em Teresina e cuja realidade vem sendo acompanhada em uma série de reportagens aqui no Ocorre Diário:

Teresina em luta pelo Direito à Moradia: ocupação Lindalma Soares resiste!

Teresina Sem Maquiagem: Série vai até Ocupação Lindalma Soares e pergunta o que é direito à cidade.

Lindalma Soares: com início das chuvas comunidade cobra promessas de melhorias

Atualmente, com a chegada do período chuvoso, a ocupação Lindalma Soares vive uma situação de calamidade e a explícita negação da moradia digna, como denuncia uma das moradoras:

“muitas casas alagadas, móveis perdidos, fossas transbordam, calamidade pública, enquanto isso Prefeito Pessoa mantém no conjunto habitacional do outro lado da Avenida vários apartamentos e casas vazias com viaturas da Guarda Municipal permanente para que a população atingida não possa morar. É muito triste ver essa situação, são mulheres e homens, crianças que precisam de moradias dignas. Moradia é um direito!”

A Jaqueline é uma das várias mulheres em luta pelo direito a moradia em Teresina. Mulher negra e batalhadora, ela relata o drama que é viver sem o mínimo de amparo do poder público. A promessa de regularização dos terrenos da Comunidade Lindalva Soares hoje é um sonho que move centenas de famílias. “Não é fácil. É um sofrimento. Não sei nem explicar. Nos só estamos aqui por que não temos pra onde ir, porque nos estamos aqui lutando por uma moradia digna. Eu peço que olhe pela gente, nos queremos moradia, creche, escola… direitos que nós temos”, afirma.

Carta de reivindicações da Comunidade Parque Lindalva Soares

Diante da situação de desesperança, com o fim do auxílio emergencial, a falta de moradia e/ou moradia digna, segurança alimentar e física, nós, mulheres da ocupação do Parque Lindalva Soares, exigimos, do poder público municipal e estadual, nossos títulos de posse deste lugar, onde temos construído nossas casas, famílias e laços de amizade e vizinhança.


Exigimos, também, que os mesmos poderes acima citados criem um projeto de doação do material necessário para que a gente faça melhorias e/ou construa nossas casas em sistema de mutirão e esses poderes ofereçam toda a infraestrutura de aparelhagem pública (como creche, possibilidade de empregos – horta comunitária, upa, transporte, esgotamento…), necessárias para possibilitar que os direitos garantidos a toda população brasileira pela nossa constituição cheguem até nós.

Reportagem coletiva: Lúcia Oliveira, Luan Rusvel e Luan Matheus.

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