MC Soffia é Soffia Gomes da Rocha Gregório Corrêa, e de acordo com a própria velha escola do rap brasileiro, ela é a princesa do rap nacional. Aos 14 anos, ela não sossega. Youtuber mirim negra, com o ‘Fala mais que a boca’. Skatista, entrou para a história como a cantora mais jovem a se apresentar em uma Olimpíada. Com pouca idade, já chegou onde grandes cantoras brasileiras sonham em estar. Ela pulou etapas. Começou a cantar aos seis anos e já dividiu palco com grandes nomes do rap nacional, e porque não dizer da, também, música brasileira, como Racionais MC’s, Karol Konká, Elza Soares. Defendendo a representatividade negra desde o início de sua carreira, ela ganhou o Prêmio Cláudia 2017, na categoria revelação. Mais recentemente, em junho, foi indicada ao BET Awards 2018, premiação do Black Entertaiment Television, canal norte-americano a cabo cuja programação é dedicada à comunidade negra. MC Soffia disputou a categoria Best New International Act (Novo Artista Internacional) ao lado de outras nove revelações de diferentes partes do mundo. A outrora menina, hoje adolescente, sempre convicta de suas idéias e identidade, cresceu mandando suas mensagens nas redes sociais e na televisão, sem nunca perder sua real essência. Soffia nos deu a honra de conversar um pouquinho com ela e passou alguma dicas de conteúdo negro na mídia.
Em quais Rainhas Negras você se inspira? Quais são as referências da MC Soffia?
Dandara me inspira muito depois que conheci a história dela por uma pesquisa que fiz eu amei.
Como foi entrar para a história como a cantora mais jovem a se apresentar em uma Olimpíada?
Nossa eu fiquei muito feliz quando minha mãe me falou eu estava de férias quando teve o convite, mas depois daquele dia foi muito importante para minha carreira.
Você gosta de falar do lugar de protagonismo da criança dentro da sociedade. Como você imagina a criança brasileira negra daqui a cinco anos?
Estamos nós crianças e jovens em um momento muito melhor temos um pouco mais de referência e espero que daqui 5 anos seja melhor ainda para todos nós e para a nova geração.
Já estrelou ou pensa em atuar no cinema? Passa as dicas pra gente; quais filmes que falam sobre negritude você mais gostava quando criança?
Então ainda não fiz filme mas tenho muita vontade sim, e olha vejo muitos filmes mas o que sempre vou recomendar pois assisti 4 vezes é o Pantera Negra principalmente pelo protagonismo de mulheres negras.
Desde cedo sua mãe sempre lhe incentivou a ter leituras com personagens negros e negras. Qual desses livros ou personagens você mais gosta? Qual deles você indicaria para outras crianças terem acesso?
Sim minha mãe e minha avó sempre trabalharam a leitura afrobrasileira comigo um livro que indico é Cabelo Black Power de Tayo pois trabalha muito a questão da estética negra.
Você defende que meninos e meninas podem, desde a infância, brincar e jogar do que quiserem, para que no futuro, haja cada vez menos desigualdade nos papéis estabelecidos por homens e mulheres dentro da sociedade. É o que você trás em sua nova música: Barbie Black. Na escola você ainda percebe essa diferenciação?
Sim a sociedade ainda separa as brincadeiras por gênero, eu falei isso na minha musica Brincadeira de Menina e volto a repetir na Barbie Black e sempre vou tocar nessa e em outras teclas.
Quais os próximos projetos da MC Soffia, no que ela está se dedicando ultimamente e com quem ela anda se articulando?
Então, pretendo lançar video clip e meu primeiro Ep. Vamos ver que surpresa vamos ter para esse ano de 2018. Muito Obrigada!
Nós é que agradecemos Soffia. Salve o Julho Negro e a força das mulheres negras latino-americanas e caribenhas. “Crie uma princesa que pareça com você!”, é o recado que MC Soffia dá em sua música ‘Minha Rapunzel tem dread’, e finaliza: AQUI INIMIGA NÃO VAI ROLAR.
Deixe um comentário