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Multidão toma conta da UFPI em homenagem à Janaína e solidariedade aos familiares e amigos

Morreu um pedaço da nossa humanidade junto com Janaína!

As festas de carnaval no último final de semana deram lugar a dor, sofrimento e indignação. O assassinato de Janaína Bezerra, estudante do curso de jornalismo da UFPI, é mais um retrato da cultura machista e racista que ainda impera em nossa sociedade, sangra os corpos e a alma.

Na tarde desta segunda-feira (30/01), uma multidão tomou conta da universidade, em homenagem à Janaína e solidariedade aos familiares e amigos. Janaína é mais uma de muitas que perderam a vida pro machismo e para o racismo. O ato ocorreu no campus da UFPI em Teresina. .

Em 2022 foram 23 mulheres assassinadas pelo simples fato de serem mulheres.

Qualquer debate que fuja à centralidade do machismo e do racismo nesse caso, não passa de tentativas de camuflar a total falta de empenho do poder público em implementar ações efetivas de combate ao machismo, feminicídio e ao racismo.

As tentativas de criminalizar as calouradas estudantis e o próprio ambiente universitário é, além de uma camuflagem, parte do discurso ultra direitista, que nega a importância da educação pública e tenta a todo custo descredibilizá-la.

Também é importante que a universidade não se exima de sua responsabilidade, pois seus muros não afastam a instituição das práticas de machismo e racismo todos os dias. Quantas violências machistas e racistas não escondem as instituições de ensino que deveriam contribuir para um mundo onde possamos experimentar a re-humanização? Culpabilizar o movimento estudantil pelas práticas que são institucionalizadas é mais uma forma de permitir que novos crimes aconteçam. Todas as universidades públicas deveria assumir a urgência desse debate. O que pauta a urgência histórica nas instituições de ensino, a saber, pública em sua responsabilidade social, ética, política e formativa é praticar no seu cotidiano o debate sobre a cultura do estupro.

É sempre bom lembrar que todas as mulheres têm o direito de participar dos momentos culturais sem medo. O carnaval deve ser expressão de vida, mas se reverte em expressão de medo e morte para os corpos que são historicamente objetificados. Sobretudo, as mulheres racializadas e as pessoas LGBTQI+, pois a sociedade sempre considerou esses corpos violáveis e disponíveis para crueldades.

Dizemos não a cultura do estupro, não ao feminicidio, não ao racismo!

Toda solidariedade a família e amigos/as/es.

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