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Música, Fanfarra, memória afetiva e valorização das juventudes de Ilha Grande

As Bandas Marciais, também conhecidas como fanfarras, fazem parte da memória afetiva de uma cidade. Assim descrevem os amantes dessa arte musical. Justamente porque a música “tem papel transformador na sociedade, transforma e modifica conceitos de cidadania, ações para consigo mesmo e com o próximo, nos deixando mais sensíveis às questões humanitárias”, diz Silas Sales, uma das pessoas que já coordenou a fanfarra da Ilha Grande do Piauí.

Silas foi o entrevistado da história MÚSICA E EMOÇÃO NA FANFARRA DA ILHA GRANDE, escrita pelo Comunicador Comunitário José Caio Vale Almeida do Nascimento. Estudante de matemática na Universidade Federal do Piauí e fanfarrista desde pequeno na Banda Marcial da Ilha Grande, Caio mostra sua paixão pela música e diz que quer seguir em frente nessa arte.

Mariana, logo do Projeto Culturando nos Morros da Mariana

O Projeto Culturando nos Morros da Mariana é desenvolvido com o apoio do Sistema de Incentivo à Cultura (SIEC) da Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, patrocínio da Equatorial Energia e parceria da Colônia de Pescadores Z 7. Para saber mais do projeto clique aqui.

E vamos à fanfarra! 

Música, alegria e emoção na Fanfarra de Ilha Grande

Por José Caio de Almeida

Pense em grupo de jovens uniformizados marchando e tocando cornetas, trompetes e bumbos em um evento cívico como 7 de setembro. A imagem que veio na cabeça é de uma fanfarra, né? Pois é isso mesmo, uma fanfarra faz eventos cívicos e é um grupo disciplinado na harmonia musical e sincronizado nos movimentos coreográficos.

José Caio, nosso comunicador comunitário da vez

Chamadas também de Bandas Marciais, as fanfarras reúnem instrumentos musicais de sopro e percussão, realizam uma coreografia com movimentos rítmicos e de malabarismo com bastões e bandeiras que combinam com as batidas e os acordes musicais.

Apresentam-se em locais abertos, como nas ruas e campos de futebol, e em lugares fechados como em ginásios esportivos. No Brasil, existem diferentes categorias de fanfarra, das mais Simples até as Bandas Marciais.

Aqui, na Ilha Grande existe uma banda de Fanfarra e para conhecer um pouco sobre ela entrevistamos o ex-coordenador, o senhor Silas Sales.

“A música reaviva valores humanitários”, Silas Sales, entrevistado

Caio: Sr. Silas, como é considerada a fanfarra da Ilha Grande?

Sr Silas: Silas: A Banda Municipal de Ilha Grande é considerada uma Fanfarra Simples por ser porque é composta predominantemente por instrumentos de percussão e alguns instrumentos de sopro. 

A Banda tem maior variedade nesses instrumentos, incluindo trompetes que facilitam a variação dos sons que o grupo adquire e aumentam as possibilidades sonoras harmônicas. Por isso, apesar de ser Embora seja uma fanfarra simples, as apresentações ficam com uma sonoridade mais agradável.

Caio: O que é preciso saber ou fazer para participar da banda?

Sr Silas: O ingresso na banda depende de cada coordenador, pois ele é o responsável por determinar as diretrizes do grupo. Em minha gestão eu extingui o sistema que promovia medo e humilhação pública para aqueles que queriam participar da Banda. Nesse sistema a pessoa ficava no meio de uma roda cercado por todos os demais participantes da Banda. Aquele que desejava entrar na banda tinha que tocar corretamente os toques tradicionais em meios a gritos de pressão e olhares crucificadores. Se a pessoa errasse em algum momento era desclassificado e tinha que suportar ser zuado e humilhado com gritos e risadas.

Eu não concordava com isso, então adotei um sistema mais humanizado e proveitoso. Montamos uma turma com aqueles que desejavam participar e eram ensinadas noções básicas de batidas e passadas, marcações de passos e movimentos de baquetas dentro de um prazo estabelecido que chegasse de entre 15 a 20 dias. Aqueles que mostrassem desempenho satisfatório eram integrados à Banda.

Caio: Em sua opinião, a música é importante para os jovens do Morros da Mariana (antigo nome do município de Ilha Grande)?

Sr Silas: Muito! A Música tem papel transformador na sociedade, transformando modificando conceitos de cidadania, ações para consigo mesmo e com o próximo, nos deixando mais sensíveis às questões humanitárias. Impossível ter o contato com a música sem ter, pelo menos, um pouco do seu caráter moldado. Impossível ter contato com a música e não sentir o arrepio das batidas e a emoção no fim de cada apresentação. 

A Música causa emoções que são difíceis de até mesmo explicar o sentimento no momento em que se faz música canção.

Fanfarra da Ilha Grande se apresentando em Parnaíba

Caio: Quem fundou e desde quando existe fanfarra em Morros?

Sr Silas: Poucos são os registros históricos da Banda Municipal, mas de fato a Banda foi criada no ano de 1997. Em parceria com minha amiga Sueli Lima que, na oportunidade, mandamos para a Câmara Municipal de Ilha Grande a minuta da lei de criação da Banda Municipal. Assim, de direito a Banda foi criada por meio da Lei n° 327 de 11 de setembro de 2018, com o nome de Banda Municipal João Batista Freire da Costa, em homenagem ao grande saxofonista da nossa cidade.

Caio: Quais instrumentos se toca na fanfarra?

Sr Silas: A Banda é composta por alguns instrumentos que juntos fazem a harmonia tradicional dos eventos cívicos. São eleSr. Silas: Pratos; Cornetas e Trompetes; Caixas e Tarois; Surdos Pequenos, Médios e Grandes; Bulbos e Treme Terras. Temos também uma ala que criei em meu primeiro ano de Coordenação que não são compostas por instrumentos musicais, mas que usam a música para expressar movimentos corporais e embelezar mais ainda a Banda que são as Balizas.

Caio: Quantos participantes têm?

Sr Silas: Até o ano de 2020 a Banda Municipal da Ilha Grande tinha 160 componentes.

Caio: Quantos encontros e ensaios a banda faz por ano?

Senhor Silas: A Banda tradicionalmente faz sua apresentação no dia 06 de setembro em alusão ao desfile de Independência do Brasil. Assim, os ensaios sempre acontecem em torno de três meses antes da apresentação.

Caio: Onde acontecem os ensaios?

Sr Silas: Os ensaios acontecem em ambiente aberto na Avenida Martins Ribeiro próximo à Praça central da cidade.

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