De menino que rabiscava a artista multifacetado: Carlos César lança os álbuns musicais “A elegia do fim do mundo pt. 1” e “All Endings Are Radioactive”. Utilizando o nome artístico de Anthem C, os dois álbuns de Carlos César se conectam com outras produções do seu universo que narram a cultura piauiense. Desta vez, ele também se aproxima do ritmo eletrônico ao cantar em inglês
“É um presente de Teresina para Teresina, para a MPB e a biblioteca musical do país”. Com essas palavras, Carlos César (25) apresenta o seu primeiro trabalho musical “A elegia do fim do mundo pt. 1”. Além desse, o artista, que iniciou com apenas 5 anos de idade, também lança o EP “All Endings Are Radioactive”. O último é considerado como um abraço ao eletrônico repetitivo e ao techno dançante e sombrio, as letras têm inspiração na HQ “Os Androides de Areia”, também de autoria do piauiense. Concebidos a partir de financiamento da Lei Aldir Blanc da Fundação Monsenhor Chaves, os dois álbuns estão disponíveis nas plataformas de streaming para apreciação.
“A elegia do fim do mundo pt. 1” tem desenvolvimento conjunto de Cássio Victor e Lucas Coimbra, músicos da banda “Bia e os Beck”. Outros nomes somam-se aos músicos para formar as diversas vozes que se inspiram em cada personagem do livro “A sociedade do Através” de autoria de César em 2019. “Menção honrosa para meu professor de canto Edivan Alves, que interpreta um dos personagens e dá a voz a uma das faixas mais lindas do EP”, destaca o artista. As seis faixas são de pura sinestesia com o cotidiano de Teresina transposto em canções.
Enquanto isso, o segundo álbum “All Endings Are Radioactive” com as faixas “Miss Fearless”, “Miss Silence”, “Miss N. Mistery Industry” e “Miss No-Light” tem influência da HQ “Os Androides de Areia” já lançada este ano. “O conceito visual, o conceito musical e a produção executiva ficam por minha conta e foi uma das experiências mais divertidas que tive! É um trabalho que me orgulha muito também!”, explica o artista.
A concepção dos dois álbuns acontece em meio as turbulências enfrentadas num período de pandemia enfrentada desde março de 2020. César ressalta que os trabalhos são resultados de um processo de cura depois de meses e dias obscuros em relação ao ano passado.
Atualmente, ele se dedica na divulgação dos EPs e na continuação da HQ “Os Androides de Areia” que segue para sua terceira edição e se encontra disponível no site da Amazon. Sobre as dificuldades enfrentadas no seu curto, mas notório caminho, ele diz: “Sabemos da dificuldade da arte independente conquistar o Brasil, mas minha birra pisciana sempre continuou insistindo. E eu também conto com a ajuda de pessoas muito incríveis, como minha família e amigos”.
“A Sociedade do Através” e “Os Androides de Areia”
Iniciado a composição entre as idas e vindas de Carlos César a UFPI, aos 18 anos, a Sociedade do Através marca sua entrada na literatura. Conforme descreve o livro: “Uma esquisita dimensão mágica chamada ‘Através’ acaba engolindo invisivelmente a cidade de Teresina e nessa empreitada leva consigo a amiga de Cristina (a protagonista). Com o desaparecimento de origem paranormal, Cristina embarca numa missão de busca rumo à figura complexa e de grande autoridade chamada Senhor Amarelo, que raptou a outra garota e está tramando um plano que irá abalar as variáveis da cidade, começando por aprisionar as criaturas do Através por meio das paredes interpostas e sugando a energia vital dos teresinenses sem que eles percebam”. Em sua narrativa, a obra passeia pela capital piauiense e conta com a presença de figuras lendárias e folclóricas do imaginário local.
Já a série “Os Androides de Areia”, inspiração para “All Endings Are Radioactive”, em um enredo que se passa no ano de 2037. De modo utópico, os humanos adquirem poderes e, com isso, é estabelecido uma política dos heróis. Nesse sentido, o Brasil possuiria seis heróis que além de tudo são conflituosos, preconceituosos e problemáticos. Nesta obra, o autor se volta a discutir sobre o que é ser herói.
Siga o Carlos César no instagram em @theanthemc
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