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No Piauí, 85% da população tem algum grau de vulnerabilidade social

Cerca 40 famílias em busca do seu direito à moradia estão ocupando a quase 5 meses uma área de terreno próximo a ponte da tabuleta, que liga Teresina à Timon. A Ocupação Beira Rio é um território de luta e resistência, que enfrenta uma política nefasta de segregação e higienização social. Mesmo em uma situação de extrema vulnerabilidade social, a resposta do poder público tem sido a negligência e a violência.

Longe de ser uma exceção, a ocupação Beira Rio é reflexo de um estado sustentado pelos desigualdade sociais, étnicas e raciais. No período entre 2008 e 2009, o Piauí detinha cerca de 96,9% da população com algum grau de vulnerabilidade social, tendo passado no período 2017-2018 para cerca de 85,2% da população, o que representa uma redução de 11,7 pontos percentuais na proporção de pessoas em vulnerabilidade no estado. No Brasil, cerca de 63% das pessoas vivem com grau de vulnerabilidade.

O Índice de Vulnerabilidade Multidimensional Não Monetário (IVM-NM) é calculado de forma equivalente ao Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário (IPM-NM), a partir das perdas individuais de qualidade de vida, considerando um amplo conjunto de indicadores não monetários que estão distribuídos em seis dimensões: Moradia; Acesso aos serviços de utilidade pública; Saúde e alimentação; Educação; Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida; Transporte e lazer.

No Piauí, o que mais afetou a perda de qualidade de vida da população foi o acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, com 19,9%. Essa dimensão envolve aspectos como: a posse de bens duráveis, conta em banco e as dificuldades de pagar as contas do dia a dia. A dimensão com o segundo maior peso, com 19,5%, é a educação, abrangendo aspectos como a frequência e o atraso escolar, além da própria avaliação da educação. Em terceiro lugar, com 19,2%, é o acesso aos serviços de utilidade pública, que abrange aspectos como: eletricidade, esgotamento sanitário, água e coleta de lixo, assim como a própria avaliação destes serviços. Além dessas, outros fatores também influencia fortemente no grau de vulnerabilidade, como transporte e lazer (com 16,6%), moradia (com 14,2%), saúde e alimentação (com 10,5%).

Enquanto o poder público segue com venda nos olhos para o contexto social das cidades, as comunidades e territórios seguem em luta e buscando melhorias, mesmo em contextos de vulnerabilidade. É nesse sentido, que a Ocupação Beira e a OPA – Organização Popular convidam para o 2° Mutirão de melhoria da comunidade. “Momento de somar forças pelas melhorias que queremos, de forma comunitária e auto-organizada”, afirma a organização. A Mutirão acontece neste domingo, 27 de agosto, a partir das 9horas, na Comunidade Beira Rio. (Localização: https://goo.gl/maps/FS5adAquLA9a2Pwj7)

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