O DIA SEGUINTE (ao 13 de maio) é um evento do Centro Cultural de São onde artistas negros e negras dançam as questões relacionados ao 13 de maio ( Abolição?). Oito pessoas do Sudeste e Nordeste realizam essa ciranda que conecta tempo e espaço. Mallu Mendes e Evandro Marques foram os artistas piauienses que entraram nessa dança.
Com a performance Versos Dançados a poesia escorre nos corpos que resistem “vidas negras importam”. Com um texto incrível de Mallu, Evandro e Mallu rodopiam no espaço em defesa de sua ancestralidade. Uma resistência que não quer repetir os erros do opressor, mas mas também se cala.
“O Verso DANÇADO junta autores (as),dançarinas (os), poetas, músicitas para dançarmos as nossas questões, nossas possibilidades, nossas resistências, nossas potências E em meio a isso tenho dançando com o artista Evandro Marques as nossas ancestralidades, nossas matas, florescer… Nossas chibatadas e curas e aquilombamentos…no caos estamos tentando continuar brotando, insistindo em florescer para mais sangue correr nas veias e não no chão. Nossos corpos de pretas e pretos importam e eu me importo”, diz Mallu Mendes.
Você pode ouvir o bailar poemado no link https://www.instagram.com/tv/CO5yDcHH4dr/?igshid=1gjaz2aji6ny6
O que aconteceu no dia seguinte?
Segundo a página do evento: “Apesar dos esforços dos movimentos negros, dos edifícios de memória legados pela ancestralidade-viva, pelas estratégias de revisita historiográfica de nossas intelectuais, pouco se fala das longas e variadas formas de luta negra por liberdade que antecederam, pressionaram e precipitaram as discussões parlamentares que levaram ao fim (jurídico) da escravidão naquele dia. Da queima de engenhos à organização de quilombos, da fuga individual à revolta coletiva, do envenenamento de senhores ao abolicionismo organizado, onde houve escravidão, houve resistência. Fora dos círculos negros, se fala menos ainda a respeito do dia seguinte, da vida depois que “a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou”.
O evento acontece como forma de trazer à tona a memória de resistência e mais do que isso, trata-se de afirmar: Primeiro que não foi bondade a assinatura da Lei Áurea; Segundo, o dia seguinte ao 13 de maio não significou propriamente a libertação. O esforço aqui é para que não se esqueça que lei alguma traz transformação se não for seguida de políticas sérias que mexam a estrutura e a raíz do sistema racista. E se o dia seguinte não foi seguido de reformas socioeconômicas de inserção da população, agora ex-escravizada, de forma digna no seio da sociedade? E se não houve reparação? O que acontece hoje, 13 de maio de 2021? E os Jacarezinhos?
Salve aos artistas artistas negros e negras que não deixam a memória apagar! Que seja de força e luz a sua luta!
Você pode conferir as atrações do evento no instagram e YouTube @ccsp_oficial.
Confira as demais performances:
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