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Para além dos muros da faculdade: mini documentário “Direito à cidade” é feito por estudante em meio a pandemia

A discente de Arquitetura e Urbanismo, Débora Moura, transformou o trabalho da disciplina História Contemporânea da Arte, da Arquitetura e da Cidade, ministrada pelo professor: Vitor Veríssimo, em um trabalho social e que convida a sociedade refletir a cidade de Teresina a partir dos sujeitos que habitam em cada território problematizando o Direito de ir e vir.

Débora moura  mergulhou no universo de pesquisas sobre as manifestações que aconteceram em Teresina no ano de 2012  em que trabalhadores, estudantes , pais , mães foram as ruas protestar pelo seu direito de ir e vir na cidade de Teresina . Na época a passagem de ônibus custava R$ 1,90 e passaria ser R$ 2,10.

As manifestações só cresceram e foi sendo somada diversas pautas na ruas ao mesmo tempo que aumentava repreensão policial contra os trabalhadores e estudantes. A prefeitura ao invés de dialogar começou a usar a força desproporcional autorizando a policia atirar com bombas de efeito moral,  usar spray de pimenta além dos disparos de balas de borracha. Nesse cenário , vários pessoas foram machucadas por lutar por seus direitos na cidade de Teresina além de mortes e silenciamentos que aconteceram e ainda tentam silenciar .

Nesse período a população foi organizando-se nas ruas e lutando por seus direitos que ainda precisam serem escutadas na atualidade . As pessoas andavam nas ruas de norte a sul na capital de Teresina lutando por seus direitos e principalmente para serem escutadas as reivindicações, pois a cidade é feita de povo e todas as ações , projetos devem beneficiar o povo e não uma pequena parcela da população. Portanto, as manifestações é uma forma de assegurar a democracia e os direitos das pessoas que estão tento que viver nas margens da cidade sem ter seus direitos garantidos .

Foto : Breno Botelho

Já se passaram alguns anos deste as manifestações do contra aumento e a população continua pagando um valor auto da passagem, tendo transporte de péssima qualidade e sem segurança e desde quando iniciou a pandemia a população não tem ônibus para o deslocamento para ir ao trabalho mesmo sendo um trabalho de serviço essencial além de não existir um plano de ação para que a população possa andar nos ônibus com segurança na pandemia . Além disso, não existe dentro dos ônibus álcool ou máscaras disponíveis para o enfretamento da covid-19 . os terminas criados e estações não tem segurança e os trajetos dos ônibus não contempla toda a população.

A discente Debora Moura em seu mini documentário trouxe também a relação com as questões atuais pelo direito de permanecer no Território que nasceu através da luta e resistência dos moradores da Lagoas do Norte que iniciaram uma campanha e diversas ações de resistência para terem o Direito de não ter as suas histórias silenciadas e apagadas nos projetos de desenvolvimento da cidade de Teresina.

Os moradores da Lagoas do Norte desde que receberam a informação do projeto lagoas do norte tem suas vidas modificadas e passaram a ter que lutar para não terem suas casas derrubadas, histórias apagadas ou terem que sair do seu local de origem para construção de um projeto em que não leva em consideração os sujeitos que habitam no território. Essa mudança radical no modo de existir da população da zona norte interfere na cidade inteira, pois ao invés de estarem construindo suas narrativas no território e buscando a garantia de direitos básicos tem que lutar para continuar tendo a sua casa.

Foto: Reprodução da Internet

Pensar a cidade nos cursos de graduação em todas as áreas contribui para que os discente tenham uma formação humanizada e possam pensar ações e projetos em prol da sociedade . O professor Vitor Veríssimo propôs um trabalho para a disciplina que ministra e a discente Débora convida a sociedade a pensar junto com ela .

É por isso que é importante construir  um ensino integrado com a realidade e principalmente olhando as questões da cidade de forma humanizada o que nos leva a ter certeza que contribuições de  Paulo Freire para a educação ainda estão vivas e são possíveis . Portanto, ter uma educação conscientizadora faz com que o educador e o educando busque transformar a sociedade e a sua realidade

“Pra fazer esse trabalho, eu não tinha que relacionar a cidade nem nada. O tema era Direito a cidade. Mas nada mais justo do que ter uma sensibilidade de olhar as referências que o professor Vitor me enviou, e conseguir contextualizar onde eu vivo. Tudo que é retratado na falta de direito a cidade eu consigo ver no meu contexto e muitas vezes vivenciar também. Então, eu acho que eu preciso olhar para esses trabalhos não só como mais um, ou só falar sobre o tema. Mas trazer um olhar apurado da minha realidade, mostrando como isso é real no nosso dia a dia. Sem falar também, no fato de mostrar as lutas diarias, próximas a gente. Não teria sentido eu falar de sp, ou qualquer outra cidade, quando a nossa está cheia da falta desse direito.” Afirma a discente Débora Moura.

O mini documentário sai da sala de aula da faculdade e vai para o mundo digital permitindo que a sociedade possa junto com ela refletir novas ações e lutar por politicas públicas em prol do direito de ir e vir,. Para Débora Moura “foi algo que eu li, ouvi e assisti o que o professor me enviou, passei alguns dias meditando e fui montando uma linha do tempo. Peguei as coisas mais importantes que achei das referências (que estão na descrição do vídeo do YouTube) e fiz um texto baseado nelas e contextualizando com as lutas, movimentos e arte da nossa cidade de Teresina. E fui buscando entender os movimentos, em especial do Lagoas do Norte, que é algo que vem acontecendo na nossa cidade e muitas pessoas negligenciam esse fato ou nem sabem o que está acontecendo”

A discente Débora Moura em meio a pandemia trás com muita sensibilidade as questões como : qual importância de pensarmos qual cidade queremos morar? quais são os meus direitos assegurados na lei para eu ter o direito à cidade? Que cidade é essa Teresina que camufla os seus problemas? como podemos resistir e insistir numa realidade mais humanizada? como pensar o direito à cidade na pandemia e pós pandemia ?

Por fim , é cada vez mais importante pensarmos uma educação e comunicação libertadora de opressões para que os indivíduos possam de fato terem seus direitos básicos assegurados na lei.

Para assistir o mini documentário acesse o Link : https://www.youtube.com/watch?v=nIsgXn00Czc&ab_channel=D%C3%A9boraMoura/

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