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Parte do teto da UESPI desabada; professores e estudantes denunciam descaso 

Um novo sinal de alerta para a falta de investimento na Universidade Estadual do Piauí (Uespi) foi dado neste sábado (11). Parte da estrutura do teto do Setor 21 caiu, no Campus Poeta Torquato Neto (Pirajá), em Teresina. Ninguém ficou ferido. O setor é chamado pelos alunos de Carandiru.

O fato foi denunciado por estudantes e professores da instituição, que afirmam alertar sobre os riscos há muito tempo. “Um problema antigo, que tem sido denunciado há anos e pouco, ou quase nada, foi feito para melhorar minimamente a estrutura tão antiga e defasada do prédio, que coloca em risco a vida de estudantes e servidores públicos e prestadores de serviços terceirizados”, afirma a nota publicada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE UESPI – Livre) nas redes sociais. 

Para o sindicato dos professores/as (ADCESP) esse é mais um sinal de descaso dos gestores públicos com a instituição. “É lamentável a forma como a única universidade pública mantida pelo Estado do Piauí vem sendo tratada. Há anos, professores e estudantes vêm denunciando a precariedade, desrespeito e o sucateamento da Universidade Estadual do Piauí. Construída de forma improvisada e mantida em condições precárias, a estrutura da universidade já não suporta mais tamanho descaso”, afirma o sindicato em nota.

Histórico de desabamentos e problemas estruturais

Essa não é a primeira vez que uma estrutura da universidade estadual desaba. Há décadas a estrutura da universidade, na capital e no interior, registra falta de segurança e precariedade para alunos e trabalhadores. Felizmente, até o momento, ninguém ficou ferido. 

Em 2012, parte do teto da Biblioteca Central campus Pirajá cedeu após uma chuva. A estrutura havia sido concluída pouco tempo antes de desabar, apenas dois anos, o que demonstrou a fragilidade da obra.  Passados mais de 10 anos do ocorrido, a Biblioteca continua funcionando de maneira improvisada no espaço de um auditório do campus. No mesmo ano, o forro de gesso de uma sala de aula desabou. Apesar dos pedaços terem caído sobre algumas carteiras, nenhum aluno foi atingido.

Em 2014, o teto da sala 219, do setor II do curso de Educação Física também desabou. O fato aconteceu na madrugada e ninguém ficou ferido. Os alunos foram obrigados a buscarem outras salas na instituição para concluir o período letivo.

Foto: reprodução

Em 2019, no município de Picos, parte do teto do campus Professor Barros Araújo desabou e atingiu um micro-ônibus da instituição. As imagens são tristes e assustadoras pela gravidade da insegurança.


Foto: Reprodução

Ano passado, o início das aulas precisou ser adiado no Centro de Ciências da Saúde (FACIME), após uma forte chuva que alagou boa parte do campus, incluindo as salas de aulas, ficaram tomadas pelas águas. O problema, segundo o DCE, não foi a chuva, mas a ausência de condições estruturais da universidade. 

Foto: Reprodução redes sociais 

SOS Uespi

Uma campanha já virou marca da universidade. Há anos, alunos, professores e servidores da Uespi cobram mais investimentos e atenção do governo estadual para todos os campi da universidade, que enfrentam com situações de precariedade. O pedido, literalmente, é de socorro e resgate: SOS Uespi. A sigla SOS vem do inglês “Save our souls”, salve nossas almas, ou “Send Out Succour”, em português, enviem-nos socorro.

A cobrança por mais investimentos já ocupou diversas vezes o Palácio de Karnak (sede do Governo Estadual) e a Assembleia Legislativa do Piauí, na busca por apoio e sensibilização de parlamentares.

Arquivo ADCESP

Estaduais vizinhas: o caso Uece no Ceará

Os recursos e a falta de autonomia financeira das universidades estaduais chama atenção também em outros estados. No início deste ano de 2023, um vídeo denunciou a situação do Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Bairro de Fátima, em Fortaleza. Com infiltrações e goteiras na biblioteca, os livros tiveram que ser cobertos por lonas. 

Com infiltração e goteiras na biblioteca, livros são cobertos por lonas(foto: Arquivo pessoal)

Estante de livros coberta por lonas. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução OPOVO

CONFIRA, NA ÍNTEGRA, AS NOTAS DA ADCESP E DCE UESPI



NOTA ADCESP

É lamentável a forma como a única universidade pública mantida pelo Estado do Piauí vem sendo tratada. Há anos, professores e estudantes vêm denunciando a precariedade, desrespeito e o sucateamento da Universidade Estadual do Piauí. Construída de forma improvisada e mantida em condições precárias, a estrutura da universidade já não suporta mais tamanho descaso. 

Na manhã desde sábado, constatamos mais um episódio lamentável que confirma esse cenário caótico: parte do teto do Setor 21, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA (popularmente conhecido como Carandiru), veio abaixo, revelando o total descaso dos gestores (Administração Superior e Governo do Estado) com a nossa instituição. 

Além do descaso, o risco à vida de centenas de estudantes que circulam e assistem aula no setor. Até quando nossa universidade vai ser tratada dessa forma? Até quando o governo do estado vai fechar os olhos para essa triste realidade?

Reiteramos o convite que fizemos no início da nossa gestão: Governador Rafael Fontteles, venha circular pelos corredores da UESPI e conhecer a nossa universidade!

NOTA DCE

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), externa sua total indignação com a situação estrutural do Campus Poeta Torquato Neto que, neste sábado (11) amanheceu com mais uma situação de descaso com nossa instituição.

Um problema antigo, que tem sido denunciado há anos e pouco, ou quase nada, foi feito para melhorar minimamente a estrutura tão antiga e defasada do prédio, que coloca em risco a vida de estudante e servidores públicos e prestadores de serviços terceirizados.

Desta vez, a Uespi perde também parte do Setor 21, que já havia passado por reparos, que evidentemente foram mal executados.

O abandono e descaso é sentido por todos da comunidade acadêmica e traz à tona o abandono por parte do Governo do Estado para com a Universidade Estadual do Piauí.
Seguimos na luta e cobramos imediata resposta por parte da reitoria da Uespi @uespioficial e pelo governo do Estado @governodopiaui, ao tempo em que anunciamos que novas possíveis medidas serão adotadas, em caso de continuidade da situação atual.

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