A Associação Sociocultural da Comunidade Quilombola Picada (ACSC), localizada na área rural da cidade de Ipanguaçu no Rio Grande do Norte (RN), está em processo de produção de um documentário sobre o grupo de dança AFROARTE, em parceria com a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
O AFROARTE desenvolve o seu trabalho com o samba de roda e as músicas afro-brasileiras, como o axé.
O documentário é produzido pela comunidade e a metodologia escolhida consiste em envolver a perspectiva da produção audiovisual popular, através da qual o sujeito participa diretamente da produção, concepção e direção do material.
O projeto foi iniciado no segundo semestre de 2022 e o prazo para a finalização e exibição do documentário está previsto para junho de 2023.
“A parceria da Associação Cultura da Picada com a UFERSA na produção áudio visual é importantíssimo, pois irá fortalecer a memória afetiva deixada na área da dança pelos ancestrais desse quilombo; onde as gerações dialogam para firmar os laços da cultura local”, destaca Paulo Márcio, presidente da Associação Sociocultural da Picada.
O projeto é coordenado de forma colegiada pela Associação Sociocultural da Picada, os Professores Ozaias Batista (DCH/UFERSA – PPGCISH/UERN) e Melquisedeque Fernandes (DCH/UFERSA – PPGCISH/UERN) e a Professora Kelci Pereira (LEdoC/UFPI) – por meio dos projetos de extensão “O campesinato pelas lentes do cinema” (UFERSA) e “Escola e Teatro Político e Vídeo Popular do PI” (UFPI). Além da bolsista Gerlayne Nunes (Agronomia/UFERSA) e do bolsista Joelton Pereira (LedoC/UFERSA). A produção do documentário conta com o financiamento do edital PROEC/UFERSA n° 13/2022 e apoio do DCH/UFERSA e do PPGCISH/UERN.
A Comunidade Picada fica localizada no município de Ipanguaçu/RN e é formada por quilombolas descendentes de negros vindos do Brejo da Bananeira no estado da Paraíaba, em busca de trabalho na região.
Atualmente, a Picada tem uma população de mais de 1000 habitantes, e faz parte do assentamento Pedro Ezequiel, com 139 famílias tirando o seu sustento da agricultura e agroecologia, artesanato, gastronomia e criação de bois, caprinos e aves.
Em 2010, a comunidade recebeu o reconhecimento como Comunidade Quilombola pela Fundação Palmares, através do trabalho da Secretaria Municipal de Educação e da mobilização popular através da Organização Não Governamental OSCIP Valer que atua no município.
Por Maura Vitória
Comments (1)
Ozaias Batistasays:
19 de abril de 2023 at 5:17 PMEstá sendo um trabalho coletivo maravilhoso!