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“Salvem o Zoo”: justiça proíbe transferência de animais do Zoobotânico

Na última terça-feira, 17, uma decisão do Juiz Aderson Antônio Brito Nogueira, da 1º Vara dos feitos da Fazenda Pública, suspendeu a medida de transferência e liberação dos animais pertencentes ao Parque Zoobotânico de Teresina-PI. A decisão é fruto de uma Ação Popular articulada pelo Movimento Salvem o Zoo, que vem se mobilizando em defesa do Zoobotânico e contra o processo de privatização promovido pelo Governo do Estado.

De acordo com o Movimento, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), através do Programa Bicho Solto, firmou parceria com a Confederação Brasileira de Proteção Animal para elaboração de um protocolo de esvaziamento e libertação dos animais do parque Zoobotânico. Esse protocolo tem como objetivo a transferência escalonada dos animais que atualmente vivem no Zoobotânico para santuários.

“Nós somos contrários a essa transferência, porque os animais que estão no zoológico não têm mais condições de serem reintroduzidos na natureza. Eles precisam de cuidado, de tratadores, veterinários, alimentação adequada. Eles foram mutilados, oriundos de tráfico, cárcere privado, maus tratos… Eles não têm condições de sair daquele espaço. Infelizmente, esses animais dependem disso para viver”, explica Tânia Martins, da Rede Ambiental do Piauí – REAPI.

Ainda de acordo com o Movimento, a transferência dos animais não tem amparo técnico e que assegure a correta aplicação dos preceitos ambientais exigidos, além de configurar desrespeito as Instruções Normativas do IBAMA.

“Entendo pela possibilidade da concessão da liminar, por conta do risco de dano ambiental. Verifico a probabilidade do direito do autor, diante da necessidade de que haja análises e perícias técnicas feitas por profissionais qualificados como médicos
veterinários, zootecnistas e biólogos, que avaliem as condições da transferência dos animais do Parque Zoobotânico. É necessário perícias técnicas para avaliação da adaptação dos animais ao novo local, avaliação das condições de transporte, a ser realizada por profissionais qualificados”, afirma o Juiz na decisão.

Frente a esse debate, Tânia reafirma a posição do Movimento Salvem o Zoo. “Claro que o estado não dá condições para que esses animais vivam bem, mas há um esforço da equipe para garantir isso. O que se quer é que o parque não seja privatizado e que melhore os recintos, melhore as qualidades de vida dos animais… o que era pra ter sido feito com todo esse dinheiro que foi injetado lá e não sabemos o que foi feito”, finaliza.

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