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Salvemos o Parque de um colapso!

Não faltou barulho na mídia para atrai o público ao Parque Zoobotânico em Teresina nesse fim de semana. O marketing, sob alegação que o ambiente teria passado por reforma investiu em mídia do que em qualquer melhoria de fato da realidade do Parque. Ao fim, o apelo foi um ato de irresponsabilidade descabida da Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMAR que abriu para a população um parque completamente desestruturado, sujo, com equipamentos destruídos e animais fracos e descuidados.

A reforma que não se viu, avaliada em mais de 500 mil reais, aparece apenas em uma pequena passarela que leva a lugar nenhum. Os recintos dos animais não receberam reformas; a propósito, é perceptivo que os bichos ali não são mais prioridade, como no passado, aparentemente estão em estado de letargia. A solitária leoa magra – que agora vive sozinha no recinto pois segundo informações o leão morreu há alguns meses – não atende aos apelos infantis que a chamam; assim como ela, uma onça também sozinha padece no fosso descuidado.


Por todas as estradas e trilhas a sujeira, o lixo e sobras de entulhos são companhia. Os banheiros inativos e os recintos dos animais de todas as espécies estão danificados e não garantem a segurança nem dos animais que vivem ali, nem dos visitantes humanos.

Quanto às instalações do Batalhão da Policia Militar no parque, um dos marketings da Semar, só se concretizou devido à solicitação da Prefeitura de Teresina para retomar o prédio no Parque da Cidade, no qual foi instalado um posto da Guarda Municipal.

Para a sociedade, o arranjo feito no Zoobotânico, pode ter sido uma forma do Governo mostrar sobre a necessidade de entregar o parque para a iniciativa privada e assim se livrar da obrigação em cuidar do ambiente que tem uma rica biodiversidade e promove vários serviços. Um ecossistema que certamente não será de interesse empresarial cuja meta é apenas o lucro.

Hoje, 15 de junho de 2021, a maior reserva natural em área urbana do município de Teresina (considerado o 3º maior do Brasil) seria entregue a iniciativa privada. As promessas é de que a empresa vencedora investiria 42 milhões de reais em 35 anos de exploração do Parque e dos 400 animais que vivem lá. No entanto preferimos duvidar dos interesses privados em cuidar de nossa fauna e flora local. O momento é de somar forças à resistência social para garantir que o Parque Zoobotânico continue sendo um bem 100% público e de direito da população teresinense.

Ontem, dia 14, fomos a uma visita ao local; o sentimento se soma à indignação das centenas de pessoas que já passaram pelo Parque desde sua reabertura e constataram que, para a atual gestão, cuidar da natureza realmente não é um bom negócio.

Por Tânia Martins / Rede Ambiental do Piauí – REAPI e Luan Rusvell / Arquiteto Urbanista Popular

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