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Sem receber há 5 meses, trabalhadores rodoviários paralisam nesta quarta-feira, 19

Um grupo de trabalhadores da empresa Emtracol, pertencente ao Consórcio Teresina, decidiu paralisar suas atividades na manhã desta quarta-feira (19). A decisão vem após os sucessivos atrasos salariais. A categoria está há 5 meses sem receber. Pelos menos 20 ônibus deixaram de circular pelas zonas sul e sudeste da cidade.

Os motoristas e cobrados de ônibus denunciam que os empresários de transporte continuam desrespeitando os trabalhadores e a população de Teresina, uma vez que existe um acordo entre o Sindicato da Categoria e Tribunal Regional do Trabalho – TRT, onde as empresas se comprometeram em pagar os salários atrasados e retornar a regularizar os salários.

Mas, ao contrário disso, os trabalhadores da Entracol denunciam que ainda não receberam um centavo se quer neste ano de 2021. É a realidade absurda, e pouco tem sido feito pela gestão da prefeitura para resolver este caos do transporte coletivo.

CPI do Transporte começa e SINETRO-PI afirma que 60% dos trabalhadores já foram demitidos

Foto: ASCOM CMT

Nesta terça-feira (18) teve início a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Teresina, na Câmara Municipal. O objetivo é identificar possíveis irregularidades nos contratos e na prestação dos serviços na capital. Os primeiros a serem ouvidos foram os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário (Sintetro).

Em seu depoimento, o presidente do Sintetro, Ajuri Dias, contou que os problemas se intensificaram em março de 2020, com o início da pandemia. “Antes da pandemia havia um acordo para o reajuste do salário, mas não foi cumprido, pelo contrário, reduziram e pararam de pagar. Cerca de 60% dos trabalhadores foram demitidos e os que ficaram têm problemas psicológicos, adoecem e precisam de ajuda para se alimentar. Em nenhum momento o Setut mostrou interesse em dialogar e entrar em um acordo, assim como a nova gestão da prefeitura. A cada dia que passa a situação piora e não temos perspectiva de melhoria, portanto esperamos que a CPI encontre uma solução”, pontuou.

O contrato de licitação e manobras ilícitas do Setut também foram pautas de discussão. “O quantitativo previsto era de 419\A ônibus em circulação e hoje existem apenas 180 ônibus na ativa na capital, o que cai nas costas do usuário, que paga caro por uma passagem e não usufrui de um serviço de qualidade. Ainda falamos sobre o fato de que trabalhadores foram levados a assinar um documento afirmando o recebimento dos salários, mas ao receber, o valor era menor do que o acordado. Outra manobra é o não fornecimento de combustível. São questões graves confirmadas pelo presidente do Sintetro e que vamos investigar a fundo”, afirmou o vereador Dudu.

Ainda segundo o presidente da CPI, os trabalhadores são a parte mais fragilizada e precisam ser priorizados. “Os trabalhadores sempre procuraram esta casa com um pedido de socorro e agora puderam detalhar cada dificuldade. Como podemos ver, a situação deles é muito difícil, estão há mais de um ano sem salários, sem ticket alimentação e plano de saúde. Os trabalhadores são massacrados e o Setut sequer dialoga com essas pessoas que estão passando fome. A partir daqui vamos dar celeridade nas apurações e respostas ágeis ao povo”, disse Dudu.

Além dos trabalhadores, também foi ouvido um perito que presta serviços à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e que foi responsável por acompanhar os processos judiciais envolvendo o município e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). Na próxima oitiva, que será realizada na quinta-feira (20), devem ser ouvidos os empresários e representantes das concessionárias que prestam o serviço de transporte público em Teresina.

Ocorre Diário, com informações de Alexandre Ferreira e ASCOM CMT.

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