O relato a seguir, que veiculamos na íntegra, foi recebido por parte do movimento de cultura do Piauí.
Aproveitando esse sentimento de fim de ano, de transições, de fluxo de mudança, de intensificação de desejo por melhorias, resolvemos abrir pontos de discussão sobre a importância da mobilização através de plataformas digitais e redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp, outras.
Na História recente do Brasil, temos episódios em que a mobilização da população nesses espaços obrigou o atual presidente do país a voltar atrás em diversos projetos que trariam prejuízos a direitos já conquistados pelo povo. Um emblemático foi a tentativa frustrada de privatizar o SUS.
Na História recente do Piauí, em 2.020, artistas conseguiram “derrubar” um edital do projeto Boca da Noite após a constatação e exposição de diversas irregularidades no processo de seleção das bandas e artistas contemplados. Ou seja, a Secretaria de Cultura do Estado viu-se obrigada a rever procedimentos e realizar um segundo processo de seleção ao menos parcialmente revisto.
Por conta de falhas e irregularidades nos editais lançados no Piauí com base na Lei Aldir Blanc desde outubro, artistas rapidamente se organizaram em grupos de whatsapp e reuniões virtuais, e formalizaram junto ao Ministério Público e Secult-PI ampla lista de irregularidades constatadas, solicitando correção. Com isso, conseguiram que parte das injustiças fossem desfeitas, como a aprovação de projetos diretamente ligados à comissão julgadora, SIEC e Conselho Estadual de Cultura.
Recentemente no edital seu João Claudino, diversos artistas, de quarta-feira (23) para quinta-feira (24) deste mês de dezembro, começaram a usar suas redes sociais de maneira consciente e questionadora sobre os inúmeros erros percebidos no Resultado Preliminar do referido certame.
Somada à mobilização das redes sociais, também aconteceram pressões presenciais imediatas, em que artistas foram pessoalmente até a sede da Secult protestar contra os resultados. As duas ações surtiram, senão o efeito esperado, algum efeito, visto que até mesmo a Imprensa local repercutiu todo o caso, focando nas denúncias dos artistas sobre os editais.
Em um processo marcado pela pouca transparência, com listas divulgadas na calada da noite, em geral parciais e insuficientes para entendimento dos participantes, a Secretaria Estadual de Cultura foi obrigada a ir a público enfim se pronunciar de modo mais explicativo (e, portanto, minimamente democrático) e dissolver parte dos questionamentos da classe.
Foi afirmado o compromisso que parte dos erros no edital seu João Claudino serão corrigidos e só saberemos o quanto na divulgação da lista do Resultado Final, previsto para este domingo 27.12. Outra parte das irregularidades, não admitidas e tratadas como “normais” e legais, provavelmente terão que ser resolvidas pela via paralela, de ações na Justiça.
Levando em conta estes fatos, estejam atentes e alertas para com como a Cultura no Piauí vem sendo gerida, na capital e interior, e estejamos como artistas, cidadãs e cidadãos sempre prontos para a mobilização: virtual e física, pois já provamos o poder que elas possuem.
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