Press ESC to close

Teresina: máquina de moer carne de gente preta

A educação que recebemos nesse modelo de escola mercadológico nega a nossa existência escondendo a nossa história, é nosso dever contar aos nossos a verdade que não nos contaram.


O Brasil foi um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão, e somente o fez graças a luta das nossas e dos nossos antepassados. A desterritorialização tem sido uma constante na vida do nosso povo. Teresina completa 169 anos de negação de direitos, uma cidade que foi construída sobre o sangue de indígenas e que usou e ainda usa da força de trabalho preta para construir seus prédios, palácios e palacetes e insiste em negar a nossa história.


A farsa da democracia racial é diariamente escancarada nas vísceras do sistema capitalista escravocrata. Durante a pandemia o povo preto foi jogado numa máquina de moer carne, o acesso a cidade nos foi ainda mais negado, não existe transporte público; a inexistência do direito à moradia nos faz ocupar terras que não tem função social para que tenhamos o sagrado direito a um teto; a polícia só adentra nossas comunidades para nos oprimir; corpos negros caem todos os dias nessa cidade por ausência de uma política que se preocupe com nossas vidas; homens brancos de toga invadem casas de mulheres negras para tomar a sua única moradia, o seu único bem; mulheres trans negras são torturadas à vista do Estado. Então eu pergunto, será que Teresina é racista? Essa menina princesa que nega a nossa existência.


De acordo com o IBGE de 2019, o Piauí é o terceiro estado brasileiro com o maior número de pessoas negras, sendo 80% da população autodeclarada de pretos e pardos. Onde estão essas pessoas, onde estão esses corpos? Corpos negados pela ausência de políticas públicas de reparação. Esses corpos estão em todos os lugares, mas principalmente nos lugares mais insalubres. Então, Teresina, sua menina princesa, sua menina racista, vê se tu cresce!!!


Nós só estamos vivos porque vieram antes de nós as nossas e os nossos antepassados, é preciso erguer a nossa voz para denunciar todas as injustiças cometidas por essa cidade, por esse estado escravocrata e racista. Não nos calaremos, reparação histórica já!

Assista na íntegra a vídeo-reportagem de Maria Lúcia, Sabrina e Sabrina Cirqueira:

Texto: Sabrina

Criação: Maria Lúcia

Edição de vídeo: Sabrina Cirqueira

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo