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Teresina, São Luis e outras 15 capitais não têm Plano de enfrentamento às Mudanças Climáticas

Cada vez mais comuns, os eventos climáticos extremos são apenas a ponta do iceberg dos efeitos do aquecimento global. No dia 14 de maio, Teresina registrou a maior chuva para o periodo dos últimos 14 anos, com um volume de 140mm. “Eventos extremos e severos”, classificou o climatologista Werton Costa.

Segundo relatório do Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana de Teresina (CESU), atualmente, Teresina enfrenta um cenário de aquecimento que se tornará uma realidade para os demais países do globo apenas em 2030, de acordo com algumas previsões publicadas no Special Report on Global Warming of 1.5°C do IPCC (2019). Os números levam em consideração os setores de Energia, Transporte, Resíduos e Efluentes, Processos Industriais e Agricultura, Florestas e Uso do Solo. Contabiliza as emissões de gases do efeito estufa de atividades desenvolvidas dentro dos limites da cidade.

Apesar do ritmo acelerado das mudanças climáticas, a contrapartida de enfrentamento a elas vem a passos curtos. Em reportagem especial divulgada na última terça-feira, 13/06, a Agência Pública fez uma ampla investigação e constatou que das 27 capitais brasileiros, 17 não tinham Plano de enfrentamento às Mudanças Climáticas, entre elas, Teresina. Além da capital piauiense, Florianópolis, Vitória, Campo Grande, Goiânia, Cuiabá, Palmas, Porto Velho, Macapá, Boa Vista, Manaus, Belém, Maceió, São Luís, Aracaju, Porto Alegre e Natal também não possuem plano de mudanças climáticas.

De acordo com a Prefeitura Municipal de Teresina, um estudo vem sendo elaborado através do Consórcio Codex/Icare e nomeado de “Plano de Ação Climática (Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa, Análise de Vulnerabilidades à Mudança do Clima e Plano de Adaptação e Mitigação)”, considerando as características locais e os impactos já sentidos pela população, como o aumento da temperatura no período mais quente do ano.

De acordo com Leonardo Madeira, coordenador da Agenda 2030, a previsão é que o Plano seja finalizado no prazo de 90 dias. “Estamos lançando a consulta pública do plano de ação climática. Até o final da semana iniciaremos esse processo. Serão 30 dias de consulta. Após esse processo, ainda levaremos uns 60 dia para finalização e publicação”, afirma.

Hoje, as mudanças climáticas já produzem diversos impactos negativos nas cidades, saúde pública e bem-estar da população. Impactos que vão desde as infraestrutura urbana até serviços de saneamento básico e produção de energia. Pelo menos é o que aponta o Relatório Síntese do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em março deste ano, que alerta ainda para o agravamento desses efeitos caso o mundo atinja 1,5 graus de elevação da sua temperatura global. A previsão é que isso ocorra em 2030. Ou seja, estamos na década decisiva para reverter efeitos das mudanças climáticas.

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