O anúncio saiu na tarde desta terça-feira, 27 de agosto. O Prêmio CAPES de Tese é uma premiação anual que reconhece as melhores teses de doutoramento defendidas no Brasil. O objetivo do prêmio é valorizar os docentes e os discentes, e mostrar à sociedade a qualidade dos trabalhos.
O prêmio seleciona uma tese por cada uma das 50 áreas de avaliação reconhecidas pela CAPES. As inscrições são encaminhadas pelos programas de pós-graduação e a CAPES monta comissões de avaliação externas. As comissões observam o papel inovador, o impacto dos trabalhos, e a qualidade dos produtos associados à tese.
No campo dos estudos da mídia, a tese eleita foi “Comunicação popular e insurgente da Boa Esperança: circularidade entre território, memória e histórias de vida em ‘Lagoas do Norte Pra Quem?'”, de Sarah Fontenelle Santos, com orientação da Profa. Ângela Pavan, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Na tese, a pesquisadora conflui com as os saberes, modos de vida e práticas ribeirinhas com a comunidade Boa Esperança, em Teresina. Cartografa as existências comunicativas pelo direito ao território e à cidade do movimento “Lagoas do Norte Pra Quem?”, que faz frente ao projeto desterritorializador Programa Lagoas do Norte (da prefeitura de Teresina).
São narrativas de re-existências que apresentam à academia epistemologias (modos de produzir conhecimento) e antologias (modos de ser) para produção de uma comunicação de cura e da terra, desde as filosofias do Bem Viver e Ubuntu.A autora analisa como essas narrativas são construídas e compartilhadas, destacando a importância da memória e das histórias de vida como formas de resistência e preservação cultural. A tese revela a comunicação popular como uma prática insurgente, capaz de desafiar e questionar discursos hegemônicos, ao mesmo tempo em que fortalece a identidade comunitária e o sentido de pertencimento ao território.
Sarah tem uma longa trajetória nas lutas pela democratização da comunicação, direitos humanos e justiça socioambiental. Iniciando sua militância política no movimento estudantil de comunicação, Sarah está como professora do curso de relações públicas da Universidade Federal do Maranhão e como coordenadora geral da Plataforma Ocorre Diário.
Do lado de cá, temos orgulho de poder construir esse projeto com toda a força e potência intelectual que Sarah carrega consigo.
A tese, que foi defendida em 27 de fevereiro de 2023, foi uma celebração linda que contou com a abertura de Lúcia Oliveira, Mãe de Santo e liderança da comunidade, trazendo todo o axé, encantamento e pontos da sagrada umbanda, além de participações da comunidade. A defesa aconteceu forma híbrida museu de Arqueologia da UFPI, dentro da programação do Encontro de Saberes – parceria entre GEPP e a comunidade Boa Esperança.
É importante destacar a banca valorosa que avaliou este trabalho, mulheres incríveis e de peso: Além da presidenta da banca, Maria Angela Pavan, estavam a professora Dra. Lucineide Barros Medeiros (UESPI) , Dra. Jóina Borges (UFPI), como avaliadoras externas, e as professoras doutoras Luciana Miranda (UFRN) e Socorro Veloso (UFRN). Não podemos deixar de lembrar as importantes contribuições que nossa ancestral, professora Maria Sueli Rodrigues, deu para elaboração desta tese, desde a elaboração do projeto, participando também das bancas dos seminários de pesquisa e da qualificação. Su, te dedicamos essa vitória.
Para ler a tese completa basta clicar aqui.
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