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Todos aplausos para o OCO do Balé da Cidade  

Desde que assisti ao espetáculo OCO do Balé da Cidade de Teresina, no Teatro João Paulo II, uma inquietação tomou conta da minha cabeça e veio o conflito sobre escrever ou não escrever sobre a apresentação, afinal, não entendo de dança, apenas gosto. Resolvi arriscar e tornar público como interpretei o OCO, por ter sido um dos melhores trabalhos de arte que já vi.

Não sei  bem o que o genial coreógrafo Marcelo Evelin, com colaboração de Bruno Moreno,  quis nos mostrar. Mas, logo no início da apresentação os bailarinos conseguiram mexer com meus sentimentos me  envolvendo em seus movimentos que lembravam moléculas se movendo para criar algo e  efetuando reações químicas dentro de um tubo de ensaio, sem se tocarem. Caminhavam desalinhados, mexendo-se num vai e vem frenético.

 Observando a circulação por vários minutos, pouco a pouco senti sendo puxada para dentro desse mesmo tudo circulando com eles, até que, de repente surgiu outros compassos coletivo a nos levar para outro tempo/espaço através dessa  coreografia primorosa. Pensei, não, essa não é somente a estória dos 30 anos do Balé de Teresina, ela transcende e perpassa para a história da humanidade.

Olhando e sentindo cada movimento da dança, conduzida pelo magistral Bolero de Ravel, meu sensível cérebro não conseguiu memorizar todos, afinal, ali em frente aos olhos, passava a história do homem na Terra, contada a partir do seu  desabrochar.

 Dançaram  a seriedade da vida com uma alegria contagiante, sorrindo sem parar. Havia momentos em que os quartozes se transformavam no palco e como mágica, de repente, virava apenas um, ilusão proporcionada pelos movimentos iguais. 

 O figurino, ah, o figurino, como  me fez pensar e pensar o que vestiam. Alguns instantes achava  que se vestiam como bebês outras como anjos, faxineiros da Terra, medievais ou crianças. Deixei a imaginação fluir.

O tempo passou bem rápido, tão embevecida estava. Quando terminou,veio a sensação de sair daquele tubo de ensaio,  onde fui colocada no início do espetáculo, flutuando como  pensei ter visto os dançarinos cumprindo seu dever com maestria.

  Já o coração não cabia de orgulho dos bailarindos da nossa cidade irradiando o belo da mais completa das artes, a dança. E ter Marcelo Evelin, um dos mais conceituados coreógrafos da contemporaneidade , como nosso. É tanta honra que o coração explodiu de alegria.

Por Tânia Martins

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